Uma morte trágica que chocou o mundo voltou a causar
indignação recentemente nas redes sociais. Trata-se do caso de uma criança de
oito anos que morreu no Iêmen, após a lua de mel com o marido de 40 anos.
Segundo os médicos, a menina, identificada como Rawan, teve hemorragia causada
por ferimentos internos no útero. A morte aconteceu na área tribal de Hardh, na
fronteira com a Arábia Saudita. Ela foi vendida pelo padrasto para um saudita
por cerca de R$ 6 mil, segundo o jornal alemão “Der Tagesspiegel”.
– Na noite de núpcias e após a relação sexual, ela sofreu
hemorragia e ruptura uterina, que causaram sua morte – disse Arwa Othman, da
Casa de Folclore do Iêmen à Reuters. – Eles a levaram para uma clínica, mas os
médicos não puderam salvar sua vida.
Na época, ativistas de direitos humanos pressionam para que o
saudita e a família da menina fossem responsabilizados pela morte.
– Após este caso horrível, repetimos nossa exigência para uma
lei que restrinja o casamento para maiores de 18 anos – afirmou um membro do
Centro Iemenita de Direitos Humanos à agência dpa.
Casamentos de meninas do Iêmen chamaram a atenção
internacional desde 2010, quando uma jovem de 13 anos morreu de hemorragia
interna depois de ter tido relações sexuais com o marido que tinha o dobro de
sua idade. O caso inspirou tempos depois, uma outra menina iemenita, de nove
anos, a publicar um relato traduzido sobre seu casamento com um homem de três
vezes sua idade.
A ONG Human Rights Watch, sediada em Nova York, fez um apelo
no ano seguinte para que o governo proibisse o casamento de menores de idade no
país. Citando dados das Nações Unidas, o Human Rights Watch afirma que cerca de
52% das meninas no Iêmen se casam antes dos 18 anos, e 14% antes dos 15. Muitas
delas são forçadas a parar de estudar quando atingem a puberdade.
FONTE: Portaldenoticias.net / Canudos Acontece
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