Polícia Civil de Pernambuco vai
solicitar o apoio da Polícia Federal para prender o criminoso que assassinou a
facadas Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, em 10 de dezembro de 2015, durante
uma festa na escola onde estudava em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A
parceria entre as polícias ocorrerá, quase dois anos após o crime, através de
um Termo de Cooperação, conforme informado pelo chefe da Polícia Civil,
Joselito do Amaral, após reunião com a família da garota no Palácio do Campo
das Princesas, no Recife, nesta segunda-feira (13).
“Por determinação do secretário de
Defesa Social, nós vamos fazer essa parceria, um Termo de Cooperação com a
Polícia Federal, que tem essa atuação interestadual, haja vista a possibilidade
de o autor não ser de Pernambuco. O Termo de Cooperação não significa
federalização do caso. A federalização não adiantaria nesse momento até porque
a Polícia Civil avançou, ela chegou ao perfil genético do autor, tem a
impressão palmar do autor, tem o rosto do autor. O que a Polícia Federal pode
nos auxiliar é na identificação desse autor”, afirmou Joselito do Amaral.
Sobre o pedido da família da vítima
para ter acesso ao inquérito, o chefe da Polícia Civil afirmou ter orientado os
pais de Beatriz e o advogado contratado por eles a conseguirem q quebra do
sigilo de Justiça do caso. “O inquérito corre sob sigilo de Justiça. Houve uma
orientação até porque o advogado da família participou da reunião para que
representasse junto ao Judiciário pedindo a quebra desse sigilo. A partir da
quebra, a família poderá ter acesso aos autos e ter o inteiro teor”, explicou.
Joselito do Amaral não descartou a
possibilidade de ter havido erros durante a investigação do crime, mas
justificou que eles serão apurados após o desfecho do caso. “Ao final, se houve
erro, negligência, imperícia, imprudência ou até desídia no momento da atuação
no primeiro instante que o caso seja levado para a Corregedoria e apurado
administrativamente”, garantiu.
O chefe da Polícia Civil também
destacou os avanços na investigação do caso. “Nós entendemos a angústia da
família. Muitas diligências foram realizadas: são 13 volumes de material
produzido, mais de 3 mil laudas, mais de 200 perícias criminais foram
efetivamente realizadas. Houve um avanço na investigação nesse período: nós saímos
do retrato falado para o rosto da pessoa que cometeu o assassinato. Nós temos o
perfil genético desse executor. Desde a divulgação do vídeo com as imagens do
autor, nós tivemos mais de 1 milhão de visualizações, o que gerou 96 suspeitos.
Esses suspeitos foram ouvidos e submetidos ao exame genético, mas não houve a
comprovação de quem foram estes os autores”, finalizou.
FAMÍLIA
INSATISFEITA
A procura de uma resposta do governo
do estado sobre avanços e transparência na investigação do caso motivou parentes
e amigos de Beatriz a viajarem cerca de 12 horas de Petrolina, no Sertão
pernambucano, até o Recife nesta segunda-feira (13). A família alega uma espera
de três meses por um posicionamento sobre o pedido de acesso ao inquérito da
Polícia Civil, que investiga o crime. Por volta das 13h30, os pais da vítima e
o advogado da família foram recebidos na sede do governo estadual por uma
comissão formada pelo secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, o chefe da
Polícia Civil, Joselito do Amaral, o secretário executivo da Casa Civil,
Marcelo Canuto, e a delegada Gleide Angelo, que investiga o caso.
Após a reunião, os pais de Beatriz
demonstraram insatisfação com o resultado do encontro. Segundo a mãe da vítima,
Lúcia Mota, os dois pleitos da família não foram atendidos: a abertura do
inquérito e prisão do funcionário que apagou as imagens das câmeras de
segurança da escola, gravações que foram recuperadas depois pela polícia. A
informação que a família recebeu foi de que faltaria apenas um laudo pericial
que comprova que as imagens foram apagadas para que seja decretada a prisão
desse funcionário. Os pais de Beatriz informaram que vão entrar com uma ação no
Tribunal de Justiça de Pernambuco para pedir a quebra do sigilo da
investigação.
ENTENDA O CASO
Beatriz Angélica foi assassinada com
42 facadas dentro de um dos mais tradicionais colégios particulares de
Petrolina. O crime ocorreu dentro da quadra onde acontecia a solenidade de
formatura das turmas do terceiro ano da escola. A irmã da menina era uma das formandas.
A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10
de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do
colégio, localizado na parte inferior da quadra. Minutos depois, o corpo da
criança foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material
esportivo que estava desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do
colégio. Ninguém foi preso.
Fonte: G1 Pernambuco
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