JAIR BOLSONARO E MARINA SILVA SÃO OS
QUE MAIS SE BENEFICIAM ENTRE O ELEITORADO EVANGÉLICO, QUE TAMBÉM É O QUE MAIS
REJEITA O EX-PRESIDENTE LULA
O
deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), que tem maior oscilação de intenção
de voto quando considerados apenas os evangélicos (Antônio
Cocero/PhotoPress/Estadão Conteúdo)
Pesquisa do instituto Datafolha, divulgada pelo jornal Folha
de S.Paulo nesta segunda-feira, indica que apenas 19% dos
brasileiros que têm religião dizem seguir as orientações das
lideranças de suas crenças na
hora de definir seus votos em eleições. Destes, 4% ainda fazem a ressalva de que só
escutam a recomendação se o nome indicado for alguém da sua própria igreja.
A
pesquisa ouviu 2.272 pessoas e desconsiderou os 8% entrevistados que disseram
não ter religião. Segundo o Datafolha, os evangélicos ouvem mais a
opinião política de seus pastores do que a média dos brasileiros em relação a
seus líderes religiosos. Entre os pentecostais, são 26% os que seguem em geral
e 16% os que já votaram por recomendação religiosa.
Quando
a pesquisa recorta apenas entre os neopentecostais, 31% disseram ouvir em geral
e 28% declaram já ter votado no nome indicado pelo pastor da sua igreja.
Questionados se já votaram em um candidato evangélico, 21% dos entrevistados,
entre pessoas de todas as religiões, disseram que sim. Esse índice cai para 15%
quando os ouvidos são apenas os católicos e sobe para 31% quando questão é
feita aos próprios evangélicos.
A pesquisa também
incluiu cenários concretos para as eleições de 2018 e observou as oscilações em
relação à preferência religiosa. No cenário considerado o mais provável pelo
Datafolha, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
lidera entre todos os grupos, mas tem resultado 25% maior quando se comparam católicos e evangélicos:
entre os que professam sua fé na igreja do papa Francisco, 40% optariam pelo petista, número que
é de 32% entre os pentecostais e neopentecostais.
Os possíveis
candidatos que teriam mais vantagem entre os evangélicos são o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e a ex-senadora Marina Silva (Rede). Bolsonaro, que tem 16% das
intenções de voto entre o público geral, sobe para 21% caso se considere apenas
os evangélicos. Já Marina, com 14% entre o público geral, aparece com 17% entre
os cristãos não-católicos.
SEM
LULA
Se
Lula não puder ser candidato, a ex-senadora tem ainda mais força com o público
evangélico, são 27% das intenções de voto, contra 23% no público geral. Nesse
cenário, Bolsonaro viria em segundo, com 23% e 18%. Situação parecida ocorre
quando são analisados os números relativos à rejeição dos candidatos:
evangélicos rejeitam mais Lula e menos Bolsonaro e Marina do que a média da
população.
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