POLÍTICA
Ex-governador acredita representar
anseios dos simpatizantes do deputado por 'seriedade' e 'autoridade' e diz
considerá-lo 'mais honesto’ que tucanos
Para o ex-governador
do Ceará Ciro Gomes (PDT),
os “bolsominions”, simpatizantes do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), podem migrar para a sua
pré-candidatura à Presidência da República. “O eleitor do Bolsonaro é meu. Eles
não perceberam, mas eles estão procurando seriedade, autoridade. Eu sou isso,
de verdade”. A fala de Ciro ocorreu durante uma entrevista para o programa Canal
Livre, da TV Bandeirantes, na noite deste domingo.
O pré-candidato do
PDT atacou nomes fortes do PSDB, como o senador e presidente licenciado do
partido, Aécio Neves (MG),
e o prefeito de São Paulo, João Doria. Ciro Gomes disse que apesar de não
concordar “com absolutamente nada do que o Bolsonaro fala, diz ou representa”,
considera o deputado federal é “mais íntegro do qualquer tucano nesse momento”.
Ao falar sobre Aécio,
as críticas dele resvalaram até no senador Tasso Jereissati(CE),
que também estaria no grupo dos menos íntegros que o
parlamentar. “Inclusive o Tasso, meu velho, estimado e respeitado amigo.
Porque não é possível o PSDB… o Tasso fazer um encaminhamento para a impunidade
do Aécio voltar ao Senado. O Aécio pode ser um representante de Minas Gerais,
um senador da República Brasileira, mas não é digno”, afirmou.
Em um conselho aos
rivais, o ex-governador avaliou que o nome tucano mais forte para a Presidência
é o do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.
Sobre o assunto, aproveita para alfinetar Doria, de quem é desafeto: “todo
mundo sabe que se o PSDB quiser ter alguma chance, nas declinantes chances pelo
contínuo cometimento de erros, o homem mais viável é o Alckmin, que é
governador de São Paulo, que tem experiência, tem vivência”. Ele emenda dizendo
que foi Alckmin “quem inventou este farsante, prefeito de São Paulo. ‘Prefake’
de são Paulo. Prefeito falso. É farsante, pura e simplesmente”, em referência à
Doria.
‘TESTOSTERONA’
Conhecido por algumas
de suas frases fortes, Ciro Gomes se viu em meio à uma polêmica por ter tido
que o momento político “é de testosterona“,
frase interpretada como uma recomendação negativa contra a possível candidatura
da ex-senadora Marina Silva (Rede) no ano que vem. Ele se
defendeu e disse que foi vítima de uma “pura mentira”, porque a sua intenção
teria sido, alega, dizer exatamente o contrário, avaliando de forma crítica tal
cenário.
“Tenho
afeto e respeito pela Marina”, afirmou. Ciro emendou argumentando que entendeu
o problema de dizer expressões como essas que é, “mesmo não sendo machista”,
segundo sua autoavaliação, acabar reproduzindo a estrutura discursiva do
machismo.
‘NOVA
GERAÇÃO’
Instado
a comentar alguns de seus conselheiros, sobretudo para a área econômica, o
ex-governador fugiu de medalhões e disse estar ouvindo “uma nova geração de
economistas” para formular suas propostas para 2018. Como exemplo, citou o
secretário da Fazenda do Ceará, o economista Carlos Mauro Benevides Filho.
Carlos Mauro é filho
do ex-senador Mauro Benevides (PMDB-CE), formado pela Universidade de
Brasília, doutor pela Universidade Vanderbilt, nos Estados Unidos, e
professor da Universidade Federal do Ceará. A gestão cearense em que o
economista atua é comandada pelo governador Camilo Santana (PT), eleito com o
apoio de Ciro e do irmão dele, o também ex-governador Cid Gomes (PDT).
O pré-candidato do
PDT fez críticas à política cambial, ao “rentismo”, à administração da dívida
pública e à forma como o governo do presidente Michel Temer (PMDB) desenhou a reforma da
Previdência. Ciro Gomes sugeriu uma “grave reforma fiscal” envolvendo o aumento
da carga tributária sobre os mais ricos, dos impostos sobre a herança e o fim
dos privilégios para aposentadorias do setor público.
(Com Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário