No povoado de Santana, na Zona Rural de Salgueiro,
os trabalhos ainda não começaram nos canteiros e as máquinas estão paradas.
O Ministério da Integração Nacional anunciou no
mês de junho a retomada das obras de transposição do Rio São Francisco no eixo
norte, que liga o Pernambuco ao estado da Paraíba. Apesar disso, em alguns
trechos do Sertão pernambucano, os trabalhos ainda não começaram nos canteiros
e as máquinas estão paradas. Na cidade de Salgueiro, os agricultores estão
insatisfeitos com a não conclusão da obra.
No povoado de Santana, na
Zona Rural do município de Salgueiro, a obra já deveria ter sido retomada. No
local é possível observar apenas o canal sem água e com vegetação. Não
encontram-se operários ou máquinas.
Os moradores da região relatam que são muitos os transtornos
enfrentados todos os dias, dificuldades que poderiam ser sanadas com a
transposição do Rio São Francisco concluída. É o caso do agricultor Manoel
Rocha.
Assim está complicado.
Está com muitos anos que não chove e a gente vai passando quase necessidade de
água
Com as obras paralisadas,
além dos problemas de acesso à água, os moradores estão enfrentando
dificuldades de locomoção. Em uma ponte, que começou a ser construída e ligaria
os povoados de Pau ferro a Santana, o serviço parou e para conseguir passar
parte do canal teve que ser aterrada.
“Os transportes das escolas quando vem por aqui, muitas das
vezes, eles voltam, porque não conseguem passar aqui nesse trecho, porque é
muito escorregadio e você arrisca as vidas das crianças quando você vem aqui. E
já teve dias de o motorista arriscar a passar e quando começa a subir e quando
o carro desanda e volta te ré deslizando e as crianças entram em pânico”,
relata a gente de saúde Vanusa Rosa.
Serviços ainda não foram
retomados em trecho do Eixo norte (Foto: Reprodução/ TV Grande Rio)
Em outro ponto, às margens da
BR-116, as máquinas e caminhões estão parados no canteiro de obras e bem
próximo do local é possível observar que tem muito serviço para ser concluído,
parte do canal ainda falta receber as placas de concreto. Duas pontes começaram
a ser construídas, mas os serviços foram paralisados pela metade.
Em outro trecho, na BR- 232,
próximo ao povoado do Urí, os moradores também estão preocupados com a situação
e esperam pelo retorno das obras. “Tem muitos agricultores que saíram das suas
comunidades, que estão nas vilas produtivas rurais, a espera que um dia seja
concluída essa obra. Enquanto isso não acontece eles ficam sofrendo quanto a
questão da água quanto a questão de ser os animais que foram tirados das suas localidades.
Eles não tem mais acesso a estar com esses animais nas vilas produtivas”,
explica a líder comunitária Ivaneide Souza.
G1/PE
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