O
ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, relator da Lava Jato na
Corte determinou nesta segunda-feira, 13, a remessa das investigações
envolvendo o ex-presidente Lula para o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava
Jato em primeira instância, em Curitiba. Na decisão, o ministro ainda anulou as
escutas do ex-presidente em diálogo telefônico com Dilma Rousseff em março
deste ano e apontou que Moro usurpou a competência do STF ao autorizar os
grampos que pegaram a presidente.
O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo
Tribunal Federal (STF), decidiu encaminhar nesta segunda-feira, 13, todas as
investigações envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o juiz
Sérgio Moro, da 13{ Vara federal de Curitiba.
Dilma foi captada em uma conversa com o ex-presidente em que o
avisa sobre o envio de um documento de posse do ex-presidente como ministro da
Casa Civil. Por uma decisão de Moro, os áudios foram tornados públicos,
aumentando ainda mais a crise vivida pelo governo Dilma. Como consequência, o
ministro Gilmar Mendes, do STF, acolheu um pedido para barrar a posse de Lula
na Casa Civil.
Entre as investigações que devem voltar para Moro estão a que
envolve se Lula é ou não dono de um sítio em Atibaia e a sobre de um triplex em
Guarujá, ambos imóveis que receberam reformas custeadas por empreiteiras
investigadas na Lava Jato. Com isso, as investigações voltam para o juiz da
Lava Jato que, no dia quatro de março determinou a condução coercitiva de Lula,
quando o investigado levado a depor pela Polícia Federal, para explicar as
suspeitas envolvendo os dois casos polêmicos.
As
investigações que envolvem Lula e a presidente afastada Dilma Rousseff por
suspeita de obstrução à Justiça permanecem no Supremo, porque a petista ainda
detém foro enquanto é julgada no processo de impeachment em trâmite no Senado.
Sobre as escutas, Teori afirma que o juiz de Curitiba usurpou a
competência do STF ao divulgar e fazer gravações de pessoas que detinham foro
privilegiado. O ministro do Supremo também diz que a nulidade da prova colhida
deve ser penas das escutas telefônicas captadas após a decisão que determinou o
encerramento da interceptação, em 16 de março.
A decisão de remeter as investigações contra Lula para Moro
acata em parte a manifestação do procurador-geral da República Rodrigo Janot,
que solicitou à Corte a remessa dos autos das investigações envolvendo o
petista para a primeira instância, já que ele não tem foro privilegiado.
DIÁLOGO. No diálogo interceptado no dia 16 de
março, pouco tempo após a decisão de Moro suspendendo as escutas nos telefones
do ex-presidente Lula, o petista recebe um telefonema da Presidência da
República, na época ainda ocupada por Dilma. Para o juiz da Lava Jato, os
diálogos sugerem tentativa de influenciar no andamento das investigações da
operação.
MSN NOTÍCIAS
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