Para a polícia, Alisson Henrique
Carvalho dificultou as investigações, já que as imagens que ele teria pagado
chegaram até a polícia com quase um ano de atraso.
Na
última semana, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) determinou a prisão
preventiva de um funcionário terceirizado da escola onde ocorreu o assassinato
de Beatriz Mota, em dezembro de 2015. Ele é suspeito de apagar
as imagens de segurança do dia do crime e atrapalhar as investigações da
polícia. Nesta quarta-feira (19) faz uma semana que Alisson Henrique Carvalho é
considerado foragido.
De acordo com as imagens divulgadas pela polícia, no dia 4 de
janeiro de 2016, a tarde, Alisson entrou em uma sala da escola onde ficava o
aparelho que gerenciava quatro câmeras de segurança da escola. Sete minutos
depois, a gravação é interrompida e o conteúdo apagado. O equipamento só voltou
a funcionar no dia 22 de fevereiro. No dia em que as imagens foram apagadas, o
colégio Nossa Senhora Auxiliadora recebeu um ofício da Polícia Civil pela manhã
solicitando o equipamento.
"Ele foi o
último a entrar na sala e após isso temos algumas coisas, mas está tudo em
segredo de justiça. Houve uma solicitação no dia em que as imagens foram
apagadas. Chegou esse ofício no colégio, no dia 4 de janeiro, no período da
manhã e as imagens foram apagadas no período da tarde. Ele é considerado
foragido. Não tem na decisão, concedida pelo Tribunal de Justiça nenhuma data
para apresentação. Ou seja, ele a partir do dia 12 de dezembro ele já era
considerado foragido", declarou a delegada responsável pelas investigações
do caso, Poliana Nery.
Para a polícia,
Alisson dificultou as investigações, já que as imagens do suposto assassino
chegaram até a polícia com quase um ano de atraso. As imagens que Alisson teria
apagado foram recuperadas meses depois por uma empresa especializada em Minas
Gerais. Elas mostram o suspeito de ter matado Beatriz andando ao redor do
colégio, com uma faca na mão e em seguida entrando na quadra onde acontecia a
festa de formatura.
Alisson Cunha é procurado pela polícia por apagar
imagens que poderiam identificar suspeito de assassinar menina Beatriz Mota em
Petrolina, no Sertão de PE — Foto: PCPE/Divulgação
Alisson prestava
serviço na área de informática. Ele pode responder pelo crime de fraude
processual. Segundo os pais de Beatriz, o colégio nunca cedeu espontaneamente
as imagens desse aparelho à polícia. A escola enviava outras gravações, menos
as que mostram o suspeito de matar Beatriz. "Passaram-se mais de um ano
para a polícia de fato, através de ofícios, acredito que de muita pressão
também, foi que eles resolveram entregar um HD, mas HDs que não tinham imagem
alguma. Foi através de uma investigação dentro da escola que eles conseguiram
recuperar o HD que realmente fazia parte desse DVR [aparelho que gerenciava
câmeras]. Eles enviaram para uma empresa em Minas Gerais e fizeram a
recuperação dessas imagens", explicou a mãe de Beatriz, Lúcia Mota.
Família da menina
Beatriz Mota espalhou cartazes com a foto do foragido pra que a população
denuncie — Foto: Emerson Rocha / G1 Petrolina
Desde
que a prisão preventiva de Alisson foi descretada, a família e os amigos dos
pais da menina estão colando cartazes com a foto do foragido pra que a
população denuncie. O inquérito está no Ministério Público e o caso segue em
segredo de justiça.
O colégio Nossa
Senhora Auxiliadora informou que o representante jurídico da instituição
prestará esclarecimentos sobre o caso quando chegar de viagem, ainda nesta
quarta-feira (19). O advogado de Alisson não quis se pronunciar sobre o
assunto.
Quem tiver alguma
informação sobre Alisson Henrique pode entrar em contato com a polícia
anonimamente pelos telefones (81)9 8650-1229, (81)9 8256-4545, (81)9 8170-2525
e (81) 3719-4545.
ENTENDA O CASO
Beatriz
Angélica foi assassinada na quadra onde acontecia
a solenidade de formatura das turmas do terceiro ano da escola. A irmã da
menina era uma das formandas.
Beatriz Angélica Mota — Foto: Arquivo pessoal /
Família
A última imagem que
a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015,
quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio, localizado na
parte inferior da quadra.
O corpo da criança
foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo
que estava desativada após um incêndio provocado por ex-alunos do colégio.
G1 PETROLINA
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