O ex-ministro Antonio
Palocci está formalmente se desligando do Partido dos Trabalhadores (PT),
legenda política que ajudou a fundar há 36 anos.
Em carta enviada à senadora Gleisi Hoffmann nesta
terça-feira (16), Palocci questiona os posicionamentos do partido diante das
acusações de corrupção, afirma que vai colaborar com a Justiça e com "a
verdade" e sugere que o PT faça o mesmo.
"Sei dos erros e ilegalidades que cometi e assumi minhas
responsabilidades. Mas não posso deixar de destacar o choque de ter visto Lula
sucumbir ao pior da política, nos melhor dos momentos do seu governo",
diz.
A decisão do político,
argumentada em quatro páginas, leva em consideração o processo de afastamento
iniciado pelo diretório de Ribeirão Preto que acusava o ex-ministro de trair a
fidelidade partidária.
Palocci foi questionado por uma comissão de ética após fazer
declarações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em depoimento ao
juiz Sérgio Moro.
O ex-ministro é réu da ação penal da Operação Lava Jato e foi
condenado a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com Palocci, Lula era responsável por um "pacto
de sangue" que envolvia propinas de mais de trezentos milhões de reais com
o empresário Emílio Odebrecht.
Na carta, o político volta a questionar a representação política
do ex-presidente: "Somos um partido ou uma seita?"
"Até quando vamos fingir acreditar na autoproclamação do
'homem mais honesto do país' enquanto os presentes, os sítios, os apartamentos
e até o prédio do Instituto (!!!) são atribuídos à Dona Marisa? Afinal, somos
um partido político sob a liderança de pessoas de carne e osso ou somos uma
seita guiada por uma pretensa divindade?".
Em outra parte do documento, o ex-ministro afirma que a sua
geração de políticos "está esgotada" e defende que a "esperança
na política" será tarefa para os novos líderes.
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