O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 71 anos,
foi condenado, nesta quarta (12), a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de
corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. A sentença
do juiz Sergio Moro é a primeira contra o petista no âmbito da Lava Jato.
O juiz não decretou a prisão do petista. Moro
alegou que não tomou a medida por ‘prudência’ e a necessidade de se evitar
‘certos traumas’. O juiz destacou na sentença que o réu adotou táticas de
intimidação. “Aliando esse comportamento com os episódios de orientação a
terceiros para destruição de provas, até caberia cogitar a decretação da prisão
preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
Caso a condenação seja confirmada em segunda
instância, pelo Tribunal Regional Federal (TRF), Lula poderá ser preso e pode
ficar inelegível. O tribunal leva, em média, cerca de um ano e meio para
analisar as sentenças de Moro.
Na ação, Lula é acusado de ter se beneficiado de
dinheiro desviado da Petrobras na compra e reforma do tríplex no Guarujá, assim
como no transporte de seu acervo presidencial após a saída do Planalto. Os
benefícios teriam sido pagos pela empreiteira OAS, em troca de contratos com a
estatal.
Moro, porém, absolveu o ex-presidente no caso do
armazenamento e transporte do acervo presidencial. Ainda cabe recurso da
decisão.
O ex-presidente, que sempre negou as acusações,
ainda responde a outras quatro ações na Lava Jato, uma delas conduzida por Moro
e outras três na Justiça Federal de Brasília. O petista ainda não foi
sentenciado em nenhuma delas.
No último Datafolha, Lula, que vem afirmando que
será candidato em 2018, aparece em primeiro lugar nas intenções de voto.
Outro lado
Os advogados de Lula ainda não se manifestaram
sobre a sentença.
Eles vêm argumentando que a ação contra o petista é
uma perseguição judicial por parte do Ministério Público Federal e da Lava
Jato.
Segundo a defesa, a OAS "não tinha como ceder
a propriedade" ou prometer a posse do imóvel ao ex-presidente.
O advogado Cristiano Zanin Martins afirma que a
empreiteira transferiu os direitos econômicos e financeiros do tríplex a partir
de 2010 para um fundo gerido pela Caixa Econômica -o que invalidaria a acusação
do Ministério Público Federal.
Em depoimento a Moro, Lula declarou que não é dono
do apartamento no Guarujá, que desistiu da compra do imóvel e que, por isso,
não há como acusá-lo de ter recebido vantagens.
Para a defesa, a acusação se baseia em um
"castelo teórico", e a análise "racional, objetiva e imparcial
das provas" leva exclusivamente à absolvição do ex-presidente.
bocão news
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