Galinho em seu
gabinete mostrando o protocolo que abre mão do aumento em seu subsídio. (Foto:
www.pa4.com.br)
Há um movimento diferente, no 1º gabinete, do 1º andar da
Câmara Municipal de Paulo Afonso, que traz à política do município, alguma
esperança de que nem tudo neste ambiente está destinado à permissividade, à
falcatrua e à imoralidade. Não. Há na política pessoas que pensam diferente,
felizmente.
Rapazola e afoito,
mas que já deu mostras neste primeiro mês de mandato, que com ele a banda toca
diferente. Assim é Mário Galinho (SD). A minha pena há de não ser queimada, e
eu me arrisco, tive orgulho: dispensou R$ 2 mil reais em seu salário – advindo
do aumento concedido pela legislatura passada, que por tabela aumentou os
salários dos secretários e de forma afrontosa, deu em mais de 60% o aumento ao
prefeito Luiz de Deus (PSD), ficando este com R$ 33.700 mil, Anilton Bastos
(PDT) ganhava R$ 20.000 mil.
Galinho com isto, ganhará o salário antigo de
R$ 10 mil, hoje seus colegas que votaram contra e a favor ganham R$ 12 mil, bem
como secretários municipais.
A 6ª promotoria, através de Milane de
Vasconcelos, tenta anulá-lo na justiça. Antes que se julgue a causa, porém,
Galinho que no dia 22 de dezembro, só assistiu à sessão, tomou uma decisão,
nesta segunda (06), dispensando-o.
Não o fez porque não pega bem, nem porque é
melhor que os outros, nem por ser ele parente de São Francisco de Assis,
simples: FOI UM AUMENTO ILEGAL.
″Não vou alegar os problemas da crise
econômica do qual a nossa cidade também sofre, meu principal argumento é
baseado na lei, que é bastante clara: vetado qualquer tipo de aumento salarial,
adicional e contratação de pessoal no período de 180 dias que encerram o
pleito, não fui eu quem fez a lei, existe e é para ser cumprida″, disse o
vereador.
No dia da votação, o
então presidente da Câmara, Petrônio Nogueira (PDT) sugeriu aos que se posicionavam
contrários (Antônio Alexandre -PMDB e Zezinho – PTN) que estes doassem seus
respectivos aumentos às obras de caridade, por que você não fez assim?
Da mesma maneira eu compactuaria com a
inconstitucionalidade, caso o aumento fosse pela via legal, poderíamos sim
tomar essa medida.
ESTE MÊS VOCÊ JÁ NÃO
RECEBE?
Não sei. Espero que não. Por isso protocolo
hoje para que se cumpra o prazo. Eu poderia abrir mão até do salário todo, mas
o salário nosso é constitucional e muito bom aliás, este aumento não. Espero
que o presidente (Marcondes Francisco) promulgue minha decisão.
VOCÊ TEME REPERCUSSÃO
NEGATIVA DOS COLEGAS POR ESSA SUA DECISÃO?
Que fique claro: não pressiono ninguém a
fazer o mesmo, cada um faz como achar melhor, eu faço a minha parte. Entrei
aqui, e na campanha eu já sabia, meu mandato é para servi à comunidade, isso é
o básico. Fico chateado que numa ação básica dessas as pessoas ainda estranhem.
Não era para ter repercussão uma simples devolução de algo que é
inconstitucional.
A economia só com a ação de Galinho será de
R$ 96 mil para os cofres públicos, imaginem aí se como ele, outros tenham a
mesma consciência.
OZILDO ALVES
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