Mesmo
formado, Luís Fernando foi multado por exercício ilegal da profissão
Uma turma com quase 200 estudantes formados desde 2014 no curso de
Educação Física de uma universidade de Juazeiro , região norte da Bahia,
não consegue exercer a profissão porque os diplomas emitidos pela instituição
não tem validade.
De acordo com o conselho regional, o diploma não é reconhecido porque a
faculdade não tem autorização do Ministério da Educação (MEC) para atuar à
distância. A instituição nega.
O grupo descobriu o fato ao dar entrada no Conselho Regional de Educação
Física da Bahia e receber a resposta de que não poderiam exercer a profissão. O
curso é oferecido por uma faculdade à distância, com sede no Rio Grande do Sul,
e administrado pelo Instituto de Educação Superior, que funciona em Juazeiro.
Entre os alunos prejudicados está Luís Fernando, que havia aberto uma
academia assim que se formou, foi multado por exercício ilegal da profissão.
Para continuar com o negócio, Luís Fernando precisou contratar outro
profissional da área para manter a academia aberta. “Estou respondendo como
exercício ilegal da profissão mesmo sendo formado. A gente passou três anos e
meio estudando e queremos uma resposta”, disse Luís Fernando.
“Descobri quando dei entrada no Conselho Regional de Educação Física, aí
depois de uns 20 dias eu entrei em contato pela demora de uma resposta, e eles
falaram que aquele diploma, para aquele curso ofertado, não era válido”, contou
Webel Pacheco, um dos estudantes formados na instituição.
Sem autorização para trabalhar, alguns dos alunos formados em 2014
abandonaram a profissão para atuar em outras áreas, como no caso de Marcelo da
Silva, que vende lanches para sustentar a família. “Comprei um carrinho de
cachorro-quente, fui trabalhar com lanches, totalmente fora da minha área, para
sobreviver”, desabafou.
Apesar do impasse, o instituto continua oferendo o curso de educação
física em Juazeiro. Em nota, a Faculdade Santo Augusto disse que é credenciada
pelo Ministério da Educação, e que os diplomas emitidos tem validade em todo
país.
O grupo procurou o Ministério Público para resolver o caso. Já o
profissional Luís Fernando procurou um advogado e entrou com uma ação
indenizatória contra a instituição de ensino. “Visando reaver o valor que ele
investiu e o tempo também que cobrem danos morais e tudo mais”, disse o
advogado Caio Guerra.
PORTAL FORMOSA/G-1
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