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quinta-feira, 14 de julho de 2016

JOSÉ JUVENAL, A SAUDADE NÃO PODE ESPERAR

Completa-se um ano que perdemos José Juvenal de Araújo. Completar talvez não seja a expressão apropriada, porque a saudade não se completa nunca. Ela deixa sempre um vazio cruel, inominável, inarredável, que não há como preencher. Preenche-se o vazio com outro vazio mais profundo, mais dilacerante, nunca a saudade.

Hoje não falo de José Juvenal político, do prefeito, do homem do povo. Este, todos já conhecem e dele já falei muitas vezes em artigos, crônicas, opiniões.

Falo de Zé Juvenal amigo, sorriso franco, alegre, encantador, brincalhão, respeitador, prestativo e presente na vida de cada um de nós, que com ele convivemos. 

Refiro-me a Zé Juvenal da adolescência, das saudosas manhãs ginasianas do Colégio São José, do alegre cair da noite nas ruas de Chorrochó.

Falo dos encontros boêmios, das conversas ingênuas e inofensivas, situo-me numa quadra do tempo.  

Falo de Zé Juvenal das Caraíbas, admiravelmente atencioso com a mãe Bela e o pai Oscar, acolhedor, presente na vida de todos da família e do lugar.

Falo de Zé Juvenal construtor de amizades cordiais e amigos perenes, especialista neste particular. Falo de Zé Juvenal amigo, de presença sempre desejável.   

Deste Zé Juvenal, a saudade não tem tempo de esperar para dizer. Diz a todo o momento, no entrelaçar das recordações e no inevitável das lágrimas.

Este Zé Juvenal não cabia em sua própria bondade, extrapolava-se em si mesmo para acolher amigos, parentes, conhecidos.

O Zé Juvenal que ainda amamos era assim: demais. Demais até demais. Tinha o coração generoso, a ternura visível, a essência da sinceridade, a solidez do acolhimento, a espontaneidade do abraço.

Mas este Zé Juvenal se foi. Podia ter ficado mais, podia ter enrolado um pouco para tomar o rumo da distância, a distância infinita da eternidade. Podia ter sentado no começo do caminho e combinado outra data para a partida. 

Gostaríamos de continuar ouvindo suas piadas, seus "causos" engraçados e sua conversa mansa, cordata, agradabilíssima.

Zé Juvenal deixou família, amigos, parentes, admiradores, conhecidos. E deixou a marca de sua passagem por aqui, deixou a lembrança da convivência, deixou o indizível da saudade. 

Deste Zé Juvenal, dentre todas as lembranças que não esqueço, lembrarei sempre de uma: "Como vai, primo?".
POR WALTER ARAUJO

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