De
forma exclusiva, um dos maiores peritos do país George Sanguinetti
teve acesso a alguns dados sobre o Caso Beatriz e conversou com nossa equipe.
Sanguinetti
tem participação no caso Bruno, da Procuradora de Justica Piovanni, do caso PC
Farias, e de casos no exterior que não podem ser citados, pois estão sob
judicie.
No
caso Isabela Nardoni, garota morta em 2008, o Código de Processo Penal do
Brasil assegura que qualquer acusado tem direito a melhor defesa. O perito
relata de forma exclusiva ao nosso blog, “que não houve esganadura,
as fraturas que resultaram da queda do sexto andar, não decorreu do pai a
jogando no solo, no interior do apartamento e a madrasta não a agrediu no carro
com chave sextavada, pois o sangramento foi latero- lateral”, ou seja aconteceu
na parte lateral do corpo da criança. “Se fosse no carro, pela lei da gravidade
seria descendente”, explicou.
O
Especialista em medicina legal ( medico legista); especialista em
criminalística ( perito criminal) relata o seu interesse em participar do Caso
Beatriz e revela pontos que são fundamentais para o andamento das investigações
e questões jamais observadas sobre o crime.
Em
seu texto, Sanguinetti diz que, se o caso estiver sendo
esclarecido, não há necessidade de sua contribuição, mas “se for esperar
meses por nada, é melhor para a Justiça permitir o seu acesso ao andamento do
processo”. Confira:
Qual o resultado das investigações policiais.
Quem matou a menor Beatriz? Qual o motivo do crime hediondo? Por que foram
desferidas quarenta e duas (42 ) facadas na criança? Como foi possível esta
ocorrência, no interior do colégio, durante uma festa, com os pais, familiares,
professores, amigos, presentes? Como Beatriz acompanhou ou se deixou levar,
para o depósito de material esportivo desativado? Como o autor ou autores sabiam da existência do depósito
isolado? Qual a rota de fuga e a evasão, ensanguentados, as vestes, mãos,
braços, sem chamar a atenção? Como sabiam que não seriam percebidos por câmeras
de segurança? A quem interessava ferir, agredir tanto aos pais? Quem lucraria
com a morte?
Ao tomar
conhecimento da entrevista coletiva, por parte da autoridade policial, faço as
perguntas acima, que necessitam de respostas há mais de noventa dias.
Ofereço para
reflexão da autoridade:
1. Analisando mais
de doze (12) fotografias da cena da morte violenta, observo manchas de sangue
compatíveis com pegadas, próxima da vítima. Eram de sapato? Solado de couro ou
borracha? Alguma particularidade? Eram de sandálias? Qual o tamanho do pé?
2.O corpo
encontrava-se em decúbito lateral direito; com tamanha brutalidade forma um
ângulo semelhante a noventa (90) graus. Observa-se rotação no membro, inferior
direito compatível com luxação da articulação coxo-femural. Consequência da
força viva dos golpes ou evidência de pancadas por ação direta? Havia equimoses
ou hematomas em locais não atingidos pela arma branca que a feriu? Chama
atenção a articulação antebraço-mão direita, em ângulo de noventa grau.
Transportando a contribuição das fotografias para computação gráfica, há evidência
de luxação ou fratura. Decorreu de ação direta, pancadas, ou acomodação final
do corpo?
3. Foi divulgado
que a polícia tinha obtido DNA. Só se for da vítima. Para ser do agressor ou
agressores, só se tivessem sofrido ferimentos pela faca, ao desferir os golpes.
Mesmo que obtidos de cabelos (pelos), quer do folículo piloso ou mitocondrial,
teria que se estabelecer nexo de causalidade.
Pedi acesso ao
Promotor, dos laudos periciais. Se o caso estiver sendo esclarecido, não há
necessidade de minha contribuição. Se for esperar meses por nada, é melhor para
a Justiça permitir o acesso, para mim e para Professores de Medicina Legal e
Criminalística que se dispuserem a ajudar.
George Sanguinetti, Professor da
Faculdade de Medicina e Faculdade de Direito, da Universidade federal de
Alagoas. Especialização no Rio de janeiro e na Umiversity of
California EUA.
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