SÃO PAULO — O
sítio em Atibaia (SP) frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
serviu como endereço de entrega de um barco comprado por sua mulher, Marisa
Letícia, em 2013. A informação foi publicada pela "Folha de S. Paulo"
neste sábado. Novo alvo de investigação da Operação Lava-Jato, o imóvel está
registrado em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna, ambos sócios de Fábio
Luis Lula da Silva, o Lulinha, filho de Lula, na empresa Gamecorp. Na
sexta-feira, o ex-presidente admitiu que frequenta o local desde que deixou a
Presidência, em 2010.
A embarcação, modelo Squalus 600,
da marca Levefort, foi adquirida em 27 de setembro daquele ano, por R$ 4.126, e
entregue no sítio. A nota fiscal da compra leva o nome de Marisa Letícia Lusa
da Silva. Segunda a "Folha de S. Paulo", a venda foi concretizada
pela loja Miami Náutica, que fica no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
LULA
E MARISA SÃO INTIMADOS A DEPOR
Suspeito do crime de ocultação de
patrimônio, o ex-presidente Lula foi intimado na sexta-feira a depor sobre o
caso do tríplex no Guarujá. É a primeira vez em que ele será ouvido como
investigado desde o início do escândalo da Lava-Jato, que agora avança sobre o
sítio em Atibaia.
Promotor de Justiça de São Paulo,
Cássio Conserino marcou o interrogatório do ex-presidente e da ex-primeira-dama
Marisa Letícia para o próximo dia 17. Também serão ouvidos o empreiteiro Léo
Pinheiro, ex-presidente da OAS, e o engenheiro Igor Pontes, que acompanhou o
casal numa vistoria ao apartamento durante a reforma. O tríplex, que pertenceu
à família do ex-presidente, recebeu uma reforma de cerca de R$ 800 mil paga
pela construtora OAS, em 2010.
DOCUMENTO
CONTESTA DEFESA DE LULA
Quando assinou contrato com a
Bancoop para obter o tríplex no Guarujá, a mulher do ex-presidente Lula, Marisa
Letícia, sabia que unidade estava comprando. Dois termos de adesão ao
empreendimento obtidos pelo GLOBO, assinados por outros compradores do mesmo
edifício, mostram que o número de cada apartamento constava dos registros
iniciais de comercialização.
Nos últimos dias, a defesa do
ex-presidente tem sustentado que a família de Lula não teria adquirido um
apartamento, mas cota do empreendimento, que somente “ao final da obra”
passaria “a equivaler a uma unidade”. Os documentos mostram que no caso do
edifício do ex-presidente, quem aderia ao empreendimento já sabia a que
apartamento teria direito.
MSN
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