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sábado, 10 de novembro de 2018

ESCOLA É DENUNCIADA POR TER BANHEIRO ÚNICO PARA MENINOS E MENINAS


Banheiro unissex infantil na Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá, no DF — Foto: Reprodução
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DIZ QUE PROPOSTA FAZ PARTE DE 'PROJETO PEDAGÓGICO'; DENÚNCIA FOI LEVADA AO CONSELHO TUTELAR POR FAMÍLIA DE ESTUDANTE. CRIANÇAS TÊM IDADES DE 4 A 8 ANOS.
O Ministério Público do Distrito Federal abriu investigação sobre a adoção de um sistema de banheiros únicos – sem distinção de gênero – em uma escola pública da capital. O colégio começou a funcionar em maio, já com essa proposta, mas a iniciativa foi questionada por famílias e pelo Conselho Tutelar da região.

A Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá tem 380 alunos, com idades entre 4 e 8 anos. Ao todo, são nove banheiros de uso coletivo, mas separados por cabines individuais. O Conselho Tutelar encaminhou a denúncia ao MP no fim de outubro, e não há prazo para que uma decisão seja tomada.
Segundo um dos conselheiros da região, Manoel Magalhães, a medida tem o objetivo de “proteger as crianças”.
“Vimos um risco iminente. Pelos casos que atendemos, vemos alto risco de abusos sexuais”, diz. “Não podemos esperar que o abuso aconteça para tomar as providências”.
Ao G1, o Ministério Público afirmou que a denúncia foi recebida em 31 de outubro e motivada pela família de um aluno, que criticava o modo como a escola trabalhava as “questões de gênero”.
Em resposta ao pedido de investigação, o Ministério Público pediu mais informações à direção da escola e, em seguida, a adoção de providências “para preservar a intimidade e a privacidade das crianças”. O MP não informou se há prazo para o cumprimento da medida.

PROJETO PEDAGÓGICO

Questionada sobre a proposta de usar banheiros únicos, a Coordenação Regional de Ensino do Paranoá informou que a não diferenciação dos sanitários faz parte de um “projeto pedagógico”. A escola foi inaugurada em maio para suprir a falta de vagas em outras unidades da região administrativa .
O coordenador regional, Isaac de Castro, diz que o modelo foi discutido e aprovado por pais e mães de alunos. “É uma proposta pedagógica que dá autonomia ao aluno e ensina a respeitar a diferença e o espaço individualizado dos colegas”.
Além disso, a regional informa que não tem registro de incidentes envolvendo crianças e funcionários na escola.

O que diz o GDF

Em nota, a Secretaria de Educação informa que não reconhece “ideologia de gênero” como teoria ou conceito aplicável no campo dos estudos, e afirma que “inexistem projetos em andamento sobre o tema”.
No comunicado, a pasta diz que está elaborando documento elucidativo sobre o projeto político-pedagógico diferenciado da escola e demais questões sobre o tema.
Trecho de documento enviado pela Secretaria de Educação do DF ao Ministério Público — Foto: SEEDF/Reprodução

Escola no Paranoá

Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá foi inaugurada em 2 de maio deste ano, cinco meses após um menino de 8 anos desmaiar de fome enquanto assistia à aula em uma outra escola, a 30 quilômetros de casa.
Antes da unidade, sem escolas públicas suficientes para atender à população da região, cerca de 250 crianças tinham que percorrer 30 quilômetros para assistir às aulas na Escola Classe 8 do Cruzeiro.
A unidade adotou um método de ensino diferente do que é aplicado em todas as escolas públicas da capital. A proposta curricular é “transformar o aluno em protagonista”. No local, os estudantes não são agrupados por série, e nem por idade.

G1


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