O Tesoureiro
do PT, João Vaccari Neto, foi preso nesta quarta-feira pela Polícia Federal em
sua casa, em São Paulo. Secretário de Finanças do partido, o petista nega
envolvimento no esquema de corrupção que atingiu a Petrobras nos últimos anos.
Vaccari vai ser deslocado pela polícia para Curitiba, que conduz
as investigações. Segundo a Folha apurou,
Vaccari estava tranquilo no momento da prisão.
A nova etapa
da operação Lava Jato cumpre também mais um mandado de prisão, um de condução
coercitiva e outro de busca e apreensão. A PF ouviu nesta manhã a mulher de
Vaccari, Giselda Rousie de Lima. Um mandado de condução coercitiva –quando um
investigado é obrigado a prestar depoimento– foi cumprido na própria casa em
que os dois vivem.
Segundo depoimento do doleiro Alberto Youssef, R$ 400 mil
desviados pelo esquema de corrupção na Petrobras foram depositados na conta de
Giselda, em 2008.
No último dia 9, Vaccari foi ouvido pela CPI da Petrobras na
Câmara dos Deputados em Brasília. No depoimento, ele defendeu as doações que o
partido recebeu de empresas investigadas pela Operação Lava Jato e admitiu ter
se encontrado com operadores do esquema de corrupção descoberto na estatal, mas
evitou explicar os contatos.
Ele havia obtido uma liminar na Justiça que o desobrigava de falar
a verdade, para não produzir provas contra si.
As doações ao PT estão sob suspeita porque, segundo o Ministério
Público Federal, foram uma forma de pagamento da propina que empresas deviam ao
PT para manter contratos com a Petrobras.
Delatores da Lava Jato afirmaram que Vaccari era encarregado de
recolher propina cobrada pela diretoria de Serviços da Petrobras. O diretor na
época era Renato Duque, que tinha o ex-gerente Pedro Barusco como subordinado.
Barusco, que decidiu colaborar com as investigações, disse que
parte da propina ficava com ele e outra parte ia para o PT. Em depoimento à CPI
da Petrobras, o ex-gerente disse que ele e Duque se reuniam com Vaccari em
hotéis para tratar da propina.
Logo após depoimento de Barusco, a secretaria de Finanças do PT
divulgou nota contestando as acusações delo ex-gerente da Petrobras. Na nota, o
PT afirmou que "Barusco não apresentou nenhuma prova ou mesmo indício que
ligavam secretário João Vaccari Neto ao recebimento de propinas". Dizia
ainda que Barusco é um delator que "busca agora o perdão judicial
envolvendo outras pessoas em seus malfeitos".
FOLHA/UOL
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