Após sintomas como febre alta de até 40º e edemas por todo corpo, a mãe e as equipes médicas tanto do Hospital Nair Alves de Souza (HNAS), quanto do Hospital Municipal de Paulo Afonso só descobriram que Lorenzo estava com o novo coronavírus dois dias depois da alta hospitalar.
“Ele não ficou na UPA, pois até o 1° e último dia da internação, ninguém ainda havia descoberto. Só dois dias após alta é que saiu o resultado do positivo para Covid”, informou.
Josy disse que os sintomas são parecidos com outros tipos de doença, e advertiu: “Muita gente vem me pedindo para relatar sobre o Covid que Lorenzo teve, pelo fato dele precisar ficar internado e das reações que teve. Para poder alertar os pais sobre as crianças, pois as reações visíveis parecem com Rubéola ou Roséola…motivo pelo qual resolvi expor o que passamos para servir de alerta. Pois houve conclusão de diagnóstico sem exames, e se eu não tivesse corrido atrás de outra opinião, nem sei o que poderia ter acontecido.”, relatou. Ela agradeceu ao médico que foi responsável pelo alerta que poderia ser Covid em seu filho.
Para melhor entendimento do fato, Josy preparou em ordem cronológica, alguns quadros explicativos com todos os momentos do tratamento de Lorenzo. (VEJA LOGO ABAIXO).
A mãe também enviou imagens do filho com os sintomas na pele ou edemas espalhados por todo o corpo, uma cópia do resultado do exame sorológico constatando ser covid e cópia do prontuário médico:
SÍNDROME INFLAMATÓRIA E A COVID-19
Em maio desse ano, A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), em parceria com o Ministério da Saúde, a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e a SBR (Sociedade Brasileira de Reumatologia), divulgaram um documento alertando essa síndrome inflamatória em crianças e adolescentes associada à covid-19. O portal UOL reportou:
Chamada de síndrome inflamatória multissistêmica, a doença foi identificada inicialmente no Reino Unido, mas já possui relatos de casos na Espanha, na França e nos Estados Unidos. Assim como acontece com os pacientes graves acometidos pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2), o quadro parece ser uma resposta exacerbada do organismo, que reage à infecção provocada pelo vírus com uma grave inflamação generalizada.
O documento afirma que os pacientes nessas condições possuem “manifestações clínicas e alterações dos exames complementares similares às observadas em crianças e adolescentes com síndrome de Kawasaki, Kawasaki incompleto e/ou síndrome do choque tóxico.” Os principais sintomas descritos pelos médicos são febre alta e persistente (entre 38°C e 40°C), erupções na pele, conjuntivite não purulenta, edema de mãos e pés, dor abdominal, vômitos e diarreia.
Os médicos notaram também que, em exames laboratoriais, houve um aumento nos valores de proteína C-reativa (PCR), ferritina e troponina —esta última indicando que a reação inflamatória pode causar também agressão ao músculo do coração. Os relatos também incluíram quadros de choque, com hipotensão e taquicardia.
Pacientes precisam de internação
De acordo com Marco Aurélio Sáfadi, presidente do Departamento Científico de Infectologia da SBP e infectologista pediátrico do Sabará Hospital Infantil, embora o número de casos descritos até agora seja pequeno, é importante permanecer alerta. “É um quadro considerado grave e que necessita de internação hospitalar e de cuidados especializados”, diz o especialista. Ele lembra ainda que os casos detectados no Brasil devem ser reportados para as autoridades para que seja possível ter um controle da quantidade de pacientes sofrendo com o problema.
O documento elaborado pela SBP reforça ainda que o diagnóstico deve excluir outras doenças infecciosas, como sepse bacteriana ou síndrome do choque tóxico causada por bactérias. Por ser uma reação aparentemente tardia à infecção ao novo coronavírus, a presença do vírus também nem sempre é detectada —o mais comum é encontrar anticorpos no organismo.
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