Eis
um tema que é formidável; difícil de discorrer sobre. Se o leitor for ao
dicionário, vai verificar que formidável é “uma coisa bonita, simples,
impactante, que mete medo”. Mais ou menos assim. A morte do rio São Francisco
nos mete medo! Ele é um bem nacional. É nosso no sentido que nos serve. Estamos
aqui, aqui vivemos e somos relativamente felizes por causa dele. É a nossa
galinha dos ovos de ouro. Ou estamos nós errados como diria José Luís Datena?
Pois estão
matando o nosso rio! Assistimos à sua agonia. Agonia, leitor, é um termo brando
de que nos valemos para não xingar; xingar sem remorso os responsáveis por
aquilo que temos a desventura de testemunhar. Talvez, podemos admitir e
confessar, tenhamos, cada um de nós, uma pequena parte de responsabilidade em
tudo isso. Para os detalhes da agonia do “Velho Chico” – que não precisava ser
velho -, o leitor pode acessar o editorial do Jornal Folha Sertaneja do
professor Antônio Galdino e pesquisar no site do senador Otto Alencar da Bahia.
O senador Otto tomou para si a defesa do rio chamado de rio da integração
nacional. É a sua “neurose” como minha é a neurose de plantar e cuidar de
árvores. O termo me foi imputado pelo meu amigo e colega vereador Ivaldo Sales
com muita propriedade.
Que país
somos nós que não cuidamos de um patrimônio como o rio São Francisco? Temos
porventura o direito de nos sentirmos ofendidos se não nos considerarem sérios?
Se alguém afirmar que seremos eternamente o país do futuro?
A China se
realinhou, jogou no lixo bobagens ideológicas, e cresce há anos com taxas
espetaculares. Será que seremos capazes de desmentir o alemão do século passado
e passarmos a crescer com taxas anuais de que somos indiscutivelmente capazes?
O senador
Otto se referiu à sugestão de um ex-presidente da Chesf no sentido de ser
criada uma taxa adicional na conta de cada consumidor de energia dos municípios
da Bacia do São Francisco, por algum tempo, que serviria para financiar os
custos da revitalização do rio. Pois apoiamos a sugestão. Vale a pena. O Brasil
quebrado, apoiamos a decisão. Políticos não comprometidos, apoiamos a sugestão.
Menos alguns reais no bolso por algum tempo, ficaremos felizes com os nossos
reservatórios cheios e com a cachoeira voltando a ser o que Castro Alves
descreveu.
Otto Alencar
e Antônio Galdino estão certos. Assemelham-se a Noé e a João Batista. Se nós os
ouvirmos em tempo, se lhe dermos ouvidos, não haverá dilúvio e a pregação
certamente não será no deserto. O vento não espalhará tão facilmente as suas
palavras.
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