Um policial
militar do Rio Grande do Norte gravou, de dentro da cela, uma mensagem com
ameaças das lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado à facção
rival Sindicato do Crime. Após ouvir os presos, que foram retirados da
Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, na segunda-feira, 16, o PM
elogia: "Aí são uns caras que merecem medalha de ouro, viu, com todo o
respeito."
O
vídeo obtido pelo Estado foi gravado em uma unidade estadual
não revelada para onde foram levados os presos após a transferência. O governo
do Estado aguarda apreciação do pedido pela Justiça para transferi-los a um
presídio federal, já que eles teriam coordenado o ataque do sábado, 14, que
deixou 26 mortos no presídio.
Paulo
da Silva Santos, João Francisco dos Santos, José Cândido Prado, Paulo Márcio
Rodrigues de Araújo e Tiago Soares foram retirados do pavilhão 5 de Alcaçuz.
Três dos cinco aparecem nas imagens: João, José – apontado como nome mais forte
da facção atualmente no Estado – e Paulo.
A
gravação de 47 segundos começa com um deles dizendo que "o Sindicato não
vai existir mais no Estado, não". "Vamos exterminar tudo",
complementa. De acordo com o governo, foram integrantes do PCC que invadiram o
pavilhão 4 e começaram a série de assassinatos.
Um
outro detento critica as ações ordenadas pelo Sindicato do Crime nas ruas de
Natal e do interior, que resultaram em incêndios em ônibus e carros oficiais,
além de tiros contra delegacias e bases da polícia. "A população e a massa
carcerária não têm nada a ver. Vai morrer todo mundo. Quem tá falando é o
Primeiro Comando da Capital", diz.
Ao
fim da gravação, o policial vira a câmera para ele e elogia o grupo. Além
desses cinco presos, o governo pediu a transferência para unidades federais de
outros 13 envolvidos com o massacre e também aguarda análise da Justiça. A
reportagem não conseguiu contato com o comando da Polícia Militar na manhã
deste sábado, 21.
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