A secretaria de
Segurança Pública do Pará registrou 30 pessoas assassinadas na região
metropolitana de Belém entre a manhã de sexta-feira (20) e manhã deste sábado
(21).
As
mortes aconteceram horas depois que o policial militar Rafael da Silva Costa
foi assassinado durante uma perseguição a suspeitos de um assalto no bairro da
Cabanagem, periferia de Belém.
Atingido
por um tiro na cabeça, o policial chegou a ser levado para o Hospital
Metropolitano, em Ananindeua, mas não resistiu aos ferimentos.
O
secretário de segurança adjunto do Pará, Coronel Hilton Benigno, confirmou à
reportagem que dos 30 assassinatos, 25 tinha características de execução. E
confirma que os crimes podem ter ligação com a morte do policial.
"A
gente leva em consideração a possibilidade de que os crimes sejam uma reação à
morte do policial. Mas ainda não podemos afirmar isso com clareza", afirma
o secretário.
O
número de mortes foi quase dez vezes superior à média diária de homicídios em
Belém, que é de três casos.
O
perfil dos crimes também fugiu do padrão usual: a maioria aconteceu durante a
tarde de sexta e em 16 bairros diferentes de Belém, além das cidades de
Ananindeua e Marituba.
Normalmente,
os homicídios acontecem à noite e concentram-se nos bairros mais violentos.
Na
manhã deste sábado, o governador Simão Jatene (PSDB) fez uma reunião de
emergência com a cúpula segurança pública e determinou "apuração
rigorosa" dos crimes pelas corregedorias das polícias civil e militar.
Em
nota, o governo informou que "não tolera" a ocorrência dos homicídios
em número acima da média usual.
O
governador ainda telefonou para o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, e
pediu apoio do governo federal nas investigações.
"A
ideia é ter um apoio na área de inteligência. O governador quer uma apuração
firme e imparcial", diz o Coronel Hilton Benigno.
A
Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social do Pará criou um
"gabinete permanente de situação", envolvendo todos os órgãos da área
de segurança, para acompanhar e monitorar os acontecimentos.
Os
corpos das vítimas foram levados para o Instituto Médico Legal e estão sendo
reconhecidos por familiares. A Polícia Civil instaurou inquéritos para apurar
as mortes.
A
secretaria de Segurança informou que parte das vítimas teria passagem pela
polícia, mas não precisou um número.
Uma
das vítimas identificadas foi o taxista Flávio Oliveira Maciel, 23, morto na
porta de casa no bairro do Guamá.
Por Folhapress - BOCÃO NEWS
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