Sargento teria dado choques em homem detido por roubo. Policias militares se concentraram na frente de delegacia em Itaquera.
g1/sp
Um sargento da Polícia Militar foi preso na terça-feira
(21) ao apresentar em uma delegacia de Itaquera, na Zona Leste da capital, um
suspeito de roubo. O homem detido afirmou que foi torturado antes de ser levado
à delegacia e que chegou a levar choques no pescoço, na região das costelas e
no pênis. O delegado prendeu então tanto o suspeito de roubo como o policial
militar.
O caso levou até a frente do 103º DP outros policiais
militares e familiares dos policiais envolvidos. O grupo protestou contra a
prisão do sargento. Deputados ligados às polícias Civil e Militar também foram
ao local. O delegado Raphael Zanon, que investiga o caso, acabou deixando a
delegacia sob escolta durante a madrugada.
Segundo o boletim de ocorrência, o suspeito Afonso de
Carvalho Trudes confessou ter roubado uma loja de sapatos. Ele tinha uma arma
de brinquedo, que foi apreendida. O criminoso contou que, após ser preso, os
três policiais pararam a viatura na Avenida Luís Mateus. O sargento Charles
Otaga, de 41 anos, foi o responsável por aplicar os choques, segundo o relato.
O suspeito disse ainda que outro policial pegou uma faca
e que ela foi usada pelo sargento Otaga para ameaçá-lo. A tortura teria durado
cerca de 15 minutos.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) constatou diversas
lesões de natureza leve no jovem preso. O advogado do sargento Charles Otaga,
Fernando Pittner, falou que o ladrão disse inicialmente que a bicicleta usada
por ele no roubo e que foi colocada pela polícia com o suspeito no carro da PM
para levá-la à delegacia foi a causadora das escoriações. Tanto o detido como a
bicicleta foram conduzidos no espaço reservado a presos.
Pittner disse ainda que os policiais só pararam o carro
a caminho da delegacia para ajustar a posição da bicicleta.
O sargento Charles Otaga deixou o local sob aplausos das
pessoas que aguardavam do lado de fora. Ele foi levado pela polícia para o
presídio militar Romão Gomes.
Os outros policiais militares envolvidos na ação não
foram detidos, mas serão investigados.
A Secretaria da Segurança Pública, responsável pelas
polícias militar e civil, afirmou que apura o caso.
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