“Ninguém hoje duvida que existe a reinfecção. A reinfecção existe sim, a reinfecção está provada na literatura através dos inúmeros casos que já foram publicados e aqui no Brasil recentemente”, disse Antônio Bandeira.
A Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) informou que vai divulgar na terça-feira (15) os dados em relativos a análise de suspeitas de reinfecção na Bahia.
Os especialistas explicam que as infecções são causadas pelo mesmo vírus, mas com assinatura genética diferente e, por isso, o corpo não tem como se defender.
No dia 10 dezembro, o Ministério da Saúde havia confirmado o primeiro caso de reinfecção pela doença no país. O órgão disse que trata-se de uma profissional da área da saúde, de 37 anos, que mora em Natal (RN) e trabalha também na Paraíba.
Caso suspeito
Josy Aguilar, moradora de Teixeira de Freitas, cidade do sul da Bahia, é uma das pacientes que acredita ter se reinfectado.
“Comecei a sentir um pouco de uns arranhões na garganta, isso só foi aumentando, um pouco de febre. Aquela febre que não é aquela que aquece a pele, ela é interna, dói muito todas as articulações”, contou.
“As pessoas que já tiveram se sentem seguras e, na verdade, não existe essa segurança, porque a gente não sabe quanto tempo essa imunidade dura”, disse a coordenadora de vigilância epidemiológica de Teixeira de Freitas, Rosidalva Barreto.
Critérios para diagnóstico de reinfecção
Para confirmar o diagnóstico de reinfecção, os especialistas levam em conta alguns critérios, como o intervalo mínimo de 90 dias entre a primeira e a possível segunda infecção e resultados positivos do PCR, exame que identifica o vírus, nos dois momentos.
“Comparar o vírus das duas infecções e ver se são vírus diferentes, geneticamente diferentes. De alguma forma mostrar que não é o mesmo agente, com a mesma sequência do código genético igual ao da primeira vez”, explicou a pesquisadora da Fiocruz, Viviane Boaventura.
Segundo os especialistas, a maioria das pessoas desenvolve anticorpos depois de infectadas. São esses anticorpos que garantem a proteção em um possível ataque do vírus.
Entretanto, os especialistas afirmam que o novo tipo do coronavírus, diferente do que a pessoa já teve contato, pode atingir o organismo, impedindo que o corpo se defenda. Também não há uma definição sobre o tempo de atuação dos anticorpos.
“Então, a grande pergunta que a gente tem hoje é quanto tempo dura essa resposta de defesa do indivíduo. A gente espera, acredita que essa resposta tenha uma duração longa, mas em alguns casos isso não parece acontecer. O que a gente sabe é que quem tem sintomas mais leves pode montar uma resposta de defesa menos intensa e ser mais suscetível a reinfecção. Isso é uma possibilidade baseado no que a gente tem visto de relatos”, relatou Viviane Boaventura.
Casos de Covid-19 na Bahia
A Bahia registrou 2.465 novos casos de Covid-19 nas últimas 24h, segundo dados divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), na tarde desta segunda-feira (14).
De acordo com a secretaria, a taxa de crescimento no número de casos foi de +0,6% e o de recuperados +0,6%. O boletim epidemiológico ainda contabiliza 25 óbitos, que ocorreram em datas diferentes. O número total de mortes, desde o início da pandemia, é 8.635 o que representa uma letalidade de 1,93%.
Segundo a Sesab, são 447.126 casos confirmados desde que a pandemia começou. Desses, 427.134 já são considerados recuperados e 11.357 encontram-se ativos.
O boletim completo está disponível no site da Secretaria de Saúde e também em uma plataforma disponibilizada pela Sesab.
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