Segundo a polícia, Paulo César fazia
tratamento e teria começado a se relacionar com a vítima quando ela tinha 14
anos e ele era casado com outra mulher.
A
Polícia Civil prendeu um homem acusado de infectar de propósito com o vírus do
HIV a namorada, que morreu de Aids, em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.
Segundo a corporação, Paulo César da Silva, de 33 anos, sabia que era portador
da síndrome e teve o mandado de
prisão preventiva pelo crime de homicídio qualificado decretado pela Justiça.
A
polícia pede que pessoas que se relacionaram com ele procurem tratamento
médico. As informações foram repassadas, nesta quarta-feira (20), durante
entrevista coletiva realizada na capital pernambucana.
O mandado de prisão preventiva foi
concedido pela Justiça na segunda-feira (18). Preso na terça-feira (19), no
Terminal Integrado de Passageiros do Recife, na Zona Oeste da cidade, Paulo
César foi encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima,
no Grande Recife.
Segundo
o delegado Diogo Santiago, existem provas de que Paulo César impediu que a
namorada, não identificada, informasse aos parentes que tinha sido contaminada
por ele. De acordo com a polícia, o homem preso fez pressão psicológica e há
relatos de que ele teria ameaçado a vítima para que não pedisse ajuda para
fazer o tratamento.
“O Mistério Público entendeu que ele
praticou crime de homicídio doloso, possivelmente, pela ciência dele de ser
portador do HIV e ter impedido que ela realizasse o tratamento adequado”, diz o
delegado.
A polícia informa que a mulher
morreu em junho de 2016 e, na época, Paulo César não chegou a ir ao enterro da
companheira, porque fugiu para o interior de Pernambuco logo após a morte. A
família da vítima prestou queixa em agosto de 2017.
“Ele
disse que era portador do HIV e que a jovem que se envolveu com ele teria
conhecimento. Segundo ele, quando ela contraiu a síndrome, a iniciativa de não
informar à família teria sido da jovem. Essa versão não se sustenta quando
confrontamos com outras provas e depoimentos, que dão conta de que quem impedia
que ela informasse à família era ele, com uma pressão psicológica”, afirma.
Segundo a polícia, o homem teria
começado a se relacionar com a vítima quando ela tinha 14 anos de idade e ele
era casado com outra mulher, que teria procurado a família da jovem para
alertá-los sobre a soropositividade de Paulo César. De acordo com a corporação,
ele forjou exames de sangue para desmentir a esposa, que veio a falecer
posteriormente.
“Ele diz que a esposa faleceu de
infecção urinária, mas é possível que tenha sido em decorrência da síndrome.
Acreditamos que pode haver mais vítimas, pelo comportamento dele, de negar para
todo mundo que é portador do HIV e pelos relatos de que ele seria ‘mulherengo’,
gostava de ir para festas com meninas jovens, inclusive. Há informações de que
ele já estaria se relacionando com outra garota enquanto a jovem que faleceu
estava acamada, doente”, declara.
O
delegado afirma, ainda, que, apesar de ter impedido a vítima de procurar tratamento
para a Aids, Paulo César se submetia ao tratamento contra a síndrome desde
jovem.
“Vimos que ele se trata desde
criança, tanto que até o aspecto físico dele não é de uma pessoa debilitada. É
um sinal de que ele está se tratando, mas fazia com que a jovem não se
tratasse. Não satisfeito em transmitir a doença, ele impedia que ela procurasse
tratamento adequado”, diz.
G1
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