O
verão, com altas temperaturas e muito calor, é um convite para preferir
alimentos leves, nutritivos e saudáveis, a exemplo de frutas, especialmente as
da época, como umbu, seriguela, caju, melancia, abacaxi e frutas vermelhas,
encontradas em diversos municípios baianos, algumas delas típicas de regiões
semiáridas. Nutricionistas destacam que essas frutas são uma ótima pedida para
os dias quentes, pois contêm um teor alto de água, que auxilia na hidratação,
são refrescantes e desintoxicantes, possuem sais minerais e vitaminas, que
aumentam a imunidade e previnem doenças de pele, o que é muito comum no verão.
Ainda
segundo esses profissionais, é importante consumir as frutas da estação por ter
um aproveitamento melhor dos nutrientes e o recomendado é a utilização de três
a cinco porções de frutas ao dia e que, na hora da escolha, o ideal é pegar uma
fruta lisa, sem pontos pretos, com furos ou amassadas. Para evitar o
desperdício de frutas tropicais e tê-las disponíveis em períodos não sazonais,
o melhor é fazer um aproveitamento das frutas muito maduras, para o preparo de
polpas, compotas, geleias, sorvetes e sucos, entre outras.
MAIOR PRODUTOR DE UMBU
Segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/2018), o estado da Bahia
é destaque na produção de frutas como o umbu, ficando com 99,7% do que é
produzido em todo o país. A fruta, de sabor único, que mescla o azedo com o
doce, pode ser consumida não só in natura, mas também em outros períodos do
ano, em forma de polpa congelada, doces, geleia, cerveja, compota, picolé e
outras inúmeras receitas da culinária tradicional de diversos municípios
baianos.
O processo
de agroindustrialização apoiado pelo governo do Estado, por meio da Companhia
de Desenvolvimento e Ação Regional, empresa pública vinculada à Secretaria
Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), vem contribuindo para o processamento
desse e de outros produtos da agricultura familiar, a exemplo do que está
acontecendo com a produção da Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos,
Uauá e Curaçá (Coopercuc), localizada no município de Uauá, Território de
Identidade Sertão do Francisco. A cooperativa recebeu, nos últimos quatro anos,
investimentos da ordem de R$ 4 milhões para a construção da unidade
agroindustrial polivalente para o beneficiamento de frutas como umbu e maracujá
da caatinga.
Com a
implantação da agroindústria, a produção, que era de 200 toneladas ao ano, teve
a capacidade ampliada para 800 toneladas/ano. Os produtos à base de umbu
(compota, doces, geleia, ‘nego bom’ e cerveja) podem ser encontrados em lojas
de diversos municípios da Bahia e de outros Estados do Nordeste, além de Minas
Gerais, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
“Os
investimentos realizados pelo Governo da Bahia impactam na melhoria da
qualidade de vida dos agricultores familiares em todos os sentidos, não só pelo
fato de gerarem trabalho e renda para as famílias, mas também na formação dos
agricultores e acesso dessas famílias a outras políticas públicas“, declarou a
presidente da Coopercuc, Denise Cardoso.
COOPERCUC
A
Coopercuc possui atualmente 271 cooperados sendo beneficiados diretamente com
as ações. Mas indiretamente são mais duas mil famílias sendo atendidas com os
serviços de assistência técnica e extensão rural (Ater), além das inúmeras
famílias envolvidas na coleta das frutas e na comercialização dos produtos, que
passarão a ter sua renda ampliada com as ações.
Outra
referência no beneficiamento do umbu é a Cooperativa de Produção e
Comercialização dos Produtos da Agricultura Familiar do Sudoeste da Bahia (Cooproaf),
com sede no município de Manoel Vitorino, Território Médio Rio das Contas. A
cooperativa possui quatro agroindústrias e tem atuação nos municípios de Manoel
Vitorino e Mirante, um importante polo de produção de umbu na Bahia. Dada cada
unidade possui capacidade instalada de produção anual de 100 toneladas, entre
polpas, sucos, compotas, doces e geleias de frutas.
A
cooperativa conta com um quadro de 80 cooperados, possui ainda uma loja de
comercialização, às margens da BR-116, no município de Manoel Vitorino. No
espaço, os cooperados têm mais uma oportunidade de comercializar seus produtos
e a produção de outras cooperativas e redes de agricultores familiares da
Bahia. A loja oferece também outras iguarias. São 41 derivados de umbu, a
exemplo de bolos, rocamboles, tortas, sorvetes e umbuzada – entre outros. Entre
os produtos mais vendidos pela Cooproaf está o ‘nego bom’ de umbu, com receita
criada pelas mulheres vitorinas.
OZILDO ALVES
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