O presidente Michel
Temer
Em acordo de
delação premiada firmada com a Procuradoria-Geral da República, o dono da
JBSJoesley Batista gravou um áudio em que o presidente
Michel Temer aparece dando aval para o pagamento de uma
mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro,
segundo informações divulgadas pelo jornal O Globo na tarde
desta quarta-feira.
Segundo a reportagem,
Temer teria indicado na frente de Joesley o deputado Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR) para solucionar um assunto da J&F (holding que controla a
JBS), cujo conteúdo não foi revelado. Depois, Rocha Loures teria sido
filmado recebendo uma mala com 500.000 reais enviada por Joesley.
Ainda de acordo com o
jornal, o empresário teria afirmado a Temer que estava pagando a
Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para eles ficarem
calados. Os dois estão presos — Cunha na Operação Lava Jato; e Funaro na
Operação Sépsis. Diante desta afirmação, Temer teria dito: “Tem que manter
isso, viu?”.
Aos
procuradores, Joesley esclareceu que não foi o presidente que determinou os
pagamentos a Cunha e Funaro, mas que ele tinha conhecimento do esquema, cujo
objetivo era silencia-los. O áudio teria sido gravado na noite do dia 7 de
março, quando Joesley se encontrou com Temer no Palácio do Jaburu. O
empresário estava com um gravador no bolso.
Para fechar a delação premiada com a PGR, Joesley Batista se
prontificou a entregar áudios e vídeos como prova. Outros seis executivos da
empresa também participaram do acordo. Segundo o jornal, eles realizaram ações
combinadas com os investigadores, que acompanharam de longe os crimes para
conseguir o flagrante.
A delação premiada dos executivos da JBS está nas mãos do
ministro do STF Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato na Corte — cabe a
ele homologar o acordo. Na última quarta-feira, os irmãos Joesley e Wesley
Batista se reuniram com o ministro para dizer que as revelações à
procuradoria foram feitas por livre e espontânea vontade, conforme prevê a
legislação.
© Evaristo Sá
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