O Ministério da Educação (MEC) decidiu encerrar a realização
do “ranking do Enem por escolas”. Os dados divulgados anualmente pela pasta
traziam uma lista com as maiores notas médias do país obtidas pelos colégios no
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Apesar de, nos
últimos anos, os dados passarem a ser divulgado com ressalvas e filtros que
permitiam diversas comparações mais equilibradas entre diferentes perfis de
escolas, o MEC afirma que os dados eram usados de forma equivocada pelas
instituições. As empresas chegavam a montar salas com alunos de elite para
obter bom desempenho no Enem e usar os dados como propaganda.
Sobre a exclusão desse dado, a presidente do
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
Maria Inês Fini, afirmou que a mudança é uma reivindicação antiga dos
especialistas em educação. “O Enem não avalia escola, avalia o estudante e isso
é só um dos muitos indicadores para poder avaliar uma escola”, afirmou Maria
Inês.
Ainda sobre a extinção dessa base de dados, o
ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que “o ranking das escolas é
utilizado como propaganda e não é missão do Estado brasileiro estabelecer esse
ranking, produzia um desserviço e uma desinformação. ”
Em edições anteriores da divulgação da nota,
o governo federal chegou a afirmar que um “ranking único de escolas no Enem” é
como uma luta Ronda x Minotauro.
Substituto: Ideb do ensino médio
A partir deste ano, as escolas que oferecem o
terceiro ano do ensino médio passarão a ter o Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb). Este será o único indicador de qualidade disponível, já
que o as notas do Enem não serão mais divulgadas por escola.
Até então, a etapa final do ensino médio era
avaliada por amostragem, permitindo a produção de resultados agregados por
estado, região e Brasil.
O Ideb é um indicador criado conciliando os
resultados da Prova Brasil com alguns dados do censo escolar. Na Prova Brasil
os estudantes respondem itens de língua portuguesa, com foco em leitura, e
matemática, com foco na resolução de problemas.
Com a ampliação, está prevista a participação
de mais de 7,5 milhões de estudantes no Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Básica (Saeb). Desses, 2,4 milhões são alunos do 3º no do ensino médio
público e privado.
Demais mudanças no Enem
O governo federal também divulgou nesta
quinta-feira (9) uma lista de novidades para os próximos exames. A principal é
que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será realizado em dois domingos
consecutivos. Em 2017, as datas serão 5 e 12 de novembro.
Outras mudanças
Primeiro domingo terá Linguagens, ciências
humanas e redação com cinco horas; no segundo, matemática e ciências da
natureza, com quatro horas e meia de prova.
Cadernos de prova serão personalizados, com
nome e número de inscrição na capa e cartão de respostas.
Passam a ser isentos da taxa de inscrição
também quem tiverem cadastro no CadÚnico.
Não serão divulgados dados do Enem por escola
Isentos do pagamento da inscrição que não
comparecem perdem direito ao benefício no ano seguinte se a ausência não for
justificada
Enem não valerá como certificado do ensino
médio
Solicitação de tempo adicional para
atendimento especial deve ser solicitada na inscrição
MEC diz que estudantes recusaram, em consulta
pública, possibilidade de fazer a prova no computador
A decisão de alterar o esquema de datas do
Enem foi decidida após a realização da consulta pública sobre o exame, entre os
dias 18 de janeiro e 17 de fevereiro. Dos mais de 600 mil participantes, 63,70%
votaram que o Enem deveria ocorrer em dois dias e 36,30% opinaram que deveria
ser aplicado em um dia só.
OZILDO ALVES
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