Bruno durante o julgamento da morte Eliza Samúdio (Foto:
Renata Caldeira /TJMG)
O ministro Marco Aurélio
Mello, do Supremo Tribunal de Federal (STF), concedeu o habeas corpus para o
goleiro Bruno Fernandes, em liminar deferida na última terça-feira (21). Ele
foi condenado a 22 anos e 3 meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de
Eliza Samudio, sua ex-namorada, e também pelo sequestro e cárcere privado do
filho Bruninho.
O ministro Marco Aurélio Mello entendeu que Bruno tem direito a
responder em liberdade enquanto aguarda o resultado dos recursos à condenação.
“A esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há 6 anos e 7
meses. Nada, absolutamente nada, justifica tal fato. A complexidade do processo
pode conduzir ao atraso na apreciação da apelação, mas jamais à projeção, no
tempo, de custódia que se tem com a natureza de provisória”, diz trecho da
decisão.
Ao conceder liberdade para o goleiro Bruno, o ministro Marco Aurélio
afirmou que o alvará deve ser expedido caso não haja ordem de prisão além
daquela decretada no processo no qual ele foi condenado a 22 anos e três meses
de prisão. Segundo o advogado de Bruno, ele está preso exclusivamente por conta
do caso Elza Samudio.
A medida precisa ser comunicada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ),
o que foi feito nesta sexta-feira (24), e ao juiz de Execução Penal em Minas
Gerais. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) ainda não foi notificado
da decisão.
O advogado Lúcio Adolfo informou que já está com uma cópia e que
providencia a comunicação junto à Apac, em Santa Luzia, na Região Metropolitana
de Belo Horizonte. Ainda segundo o defensor, o jogador deve deixar o local
ainda nesta sexta-feira (24).
Bruno também foi condenado a prisão pela Justiça do Rio de Janeiro por
cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal contra Eliza Samudio.
Mas, segundo o advogado, ele já cumpriu essa pena.
Eliza Samudio foi morta em 2010 e o corpo ainda não foi
encontrado. (Foto: Reprodução/GloboNews)
CONDENAÇÃO
Em 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22
anos e 3 meses pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samudio e
também pelo sequestro e cárcere privado do filho Bruninho.
Bruno foi condenado a 17 anos e 6 meses em regime fechado por homicídio
triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que
dificultou a defesa da vítima), a outros 3 anos e 3 meses em regime aberto por
sequestro e cárcere privado e ainda a mais 1 ano e 6 meses por ocultação de
cadáver. A pena foi aumentada porque o goleiro foi considerado o mandante do
crime, e reduzida pela confissão do jogador.
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25
anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na
época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
G1/MINAS
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