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terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

POST DE PAULOAFONSINO NO FACEBOOK CRITICANDO ABORDAGEM DA POLÍCIA DE ALAGOAS VIRALIZA E JÁ TEM 25 MIL CURTIDAS

Matheus Gomes e Diogo Delláias (Reprodução Facebook)
Dois estudantes de Paulo Afonso – Bahia foram detidos no município de Piranhas, Sertão de Alagoas, dentro de um ônibus interestadual. Um deles fez um post na web criticando a ação dos policiais, dizendo que foi xingado e chamado de vagabundo. A polícia alagoana diz que a operação era para prender suspeitos de roubo a banco e nega que tenha havido abuso.

O caso foi registrado na quinta-feira (02), na Delegacia Regional de Delmiro Gouveia. Em contato com o G1, o estudante Diogo Delláias afirmou que saiu de Paulo Afonso, na Bahia, com um amigo para fazer a matrícula na Universidade Federal de Sergipe (UFS).

“Houve uma confusão porque acharam que eu e meu amigo estávamos conversando com o suspeito, mas isso não aconteceu. Minha cadeira era mais na frente e meu amigo estava no final do ônibus, sentado ao lado dessa pessoa procurada. Fui para a parte de trás ficar perto do meu amigo. Mas não chegamos a falar com o outro jovem”, disse Delláias.

De acordo com o estudante, ele e o amigo, Matheus Gomes, foram aprovados nos cursos de química e química industrial, e seguiam viagem juntos. O terceiro estudante detido era conhecido deles, mas não seguia para a UFS.

A polícia diz que no momento da abordagem ao suspeito, preso com dinheiro queimado, arma e munições, os estudantes conversavam com ele e por isso foram levados para a delegacia, para prestar esclarecimentos.

No post que viralizou na internet – já são mais de 25 mil curtidas, quase 5 mil compartilhamentos e 1600 comentários – ele relata como aconteceu a ação policial. “A polícia manda os suspeitos (inclusive nós) sentarem no asfalto, sim, às 14 hrs, ou seja, asfalto ‘frio’. Aí vem os xingamentos… ‘A casa caiu, vagabundo’, ‘Tá de tênis porque sabia que ia cair’, ‘Bora, fala logo, vagabundo'”, descreve o estudante.

Ele diz que, mesmo informando e mostrando aos policiais os documentos que comprovam que iriam fazer a matrícula na universidade, os dois foram colocados no camburão junto a outros dois jovens. “Sabe aquele lugarzinho apertado que os presos são levados? Fomos nele. Aí me vi naquela situação e não contive as lágrimas, chorei sim”, diz outro trecho do post na web.

Na delegacia, segundo Delláias, os estudantes ficaram em uma cela com os outros suspeitos. “Só pensava em minha família e amigos. Mas tudo ocorreu bem na medida do possível. Prestei depoimento, nos pediram desculpas e fomos liberados”, continua o post.

Depois de liberados, os estudantes pegaram um transporte para Paulo Afonso e depois conseguiram outro carro para Aracaju, onde fizeram a matrícula. “Não recebemos ajuda para ir a Aracaju, o que poderia ser feito já que ficou comprovado que houve o engano”, questiona.

“Não somos contra a polícia nem toda a equipe, mas a atitude de alguns que mesmo percebendo e vendo documentos comprovando que não éramos culpados, ainda nos levaram para a delegacia”, critica Delláias.

O delegado regional de Delmiro Gouveia, Rodrigo Cavalcanti, confirmou ao G1 que os dois estudantes foram detidos, mas negou que tenha ocorrido excesso. O delegado disse que quando a polícia recebeu a denúncia, foi informada de que havia mais de um suspeito no ônibus.

“Eles foram conduzidos para a delegacia porque estavam conversando com um jovem suspeito de roubo a banco. A polícia encontrou com esse suspeito arma de uso restrito, munições e dinheiro e como testemunhas disseram que eles estavam conversando, todos foram levados para a delegacia”, disse o delegado.

Sobre a informação de que os estudantes ficaram em uma cela, o delegado negou. “Todos ficaram em uma antessala até serem ouvidos. Depois que foi esclarecido que só um era suspeito, os outros três foram liberados. O suspeito foi preso e levado para a cela. Em nenhum momento houve abuso ou eles foram maltratados”, falou o delegado.

A reportagem também entrou em contato com o comandante do 9º Batalhão da PM, major Hebert, que participou da operação. Ele negou que os estudantes foram maltratados.

“Não existe isso. Recebemos a denúncia e fizemos o procedimento padrão. Os policiais pegaram um rapaz com armas e dinheiro queimado, como os quatro detidos estavam conversando, todos foram levados para a delegacia para os devidos procedimentos”, afirma o major.

Da Redação, com informações de Carolina Sanches e Michelle Farias (G1 AL)

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