Operação também encontrou 'notas fiscais fictícias' usadas para desvio.Ex-prefeito
de Dolcinópolis (SP) foi preso em uma casa na Bahia.
O Ministério Público
Estadual de Estrela d’Oeste (SP) identificou durante as investigações na
Operação Catatau, que terminou com a
prisão do ex-prefeito de Dolcinópolis (SP) nesta terça-feira (21), que eram feitos saques na boca
do caixa de contas da prefeitura, o que para o MP não é comum.
“De acordo com a documentação apresentada, começamos a identificar também a possibilidade da realização de saques diretamente na boca do caixa de uma das contas da prefeitura de Dolcinópolis, o que para nós não é comum, geralmente os pagamentos são por transferências, depósitos, cheques, e há indícios de levantamento na boca do caixa em espécie por agentes públicos da prefeitura”, afirma o promotor Cleiton Luís da Silva.
José Luiz Inácio de Azevedo foi preso em casa, em Porto Seguro (BA). O ex-prefeito de Dolcinópolis é investigado por desviar recursos públicos. O ex-prefeito mantem negócios em Porto Seguro, onde é dono de um restaurante, uma loja de conveniência e um lava rápido na cidade. “Foi possível localizar com ajuda da Polícia Federal da Bahia que ele estava na cidade e tinha estabelecimentos comerciais, provavelmente aproveitando o dinheiro desviado da prefeitura”, diz o delegado da Polícia Federal Cristiano Pádua da Silva.
Ele se mudou para a Bahia, no fim do ano passado, com a
mulher, o filho e a empregada da família. Um assessor do ex-prefeito, que
estava morando na antiga casa dele no município paulista, foi levado para a
delegacia. A Polícia Federal cumpriu dez mandados de condução coercitiva na
região noroeste paulista.
Os policiais federais de Jales (SP)
chegaram cedo a Dolcinópolis, que tem pouco mais de dois mil moradores. Os
agentes recolheram documentos na casa do ex-prefeito, na prefeitura e numa
chácara que, segundo a polícia, também pertence a José Luiz Inácio de Azevedo.
Além de Dolcinópolis, outros mandados de
busca e apreensão foram cumpridos em mais quatro cidades da região. As
investigações começaram depois que o Ministério Público recebeu uma denúncia de
desvio de verbas.
'NOTAS FISCAIS FICTÍCIAS'
“Recebemos da prefeitura de Dolcinópolis um grande número de notas fiscais, basicamente da segunda quinzena de dezembro e focamos a atenção nos dias 29 e 30 de dezembro, que coincidiram com recebimento de FPM e recursos da repatriação do governo federal e notamos ali um número grande de notas fiscais emitidas por supostos fornecedores, de oficinas mecânicas e outros fornecedores e a partir disso começamos investigar, eventual emissão de notas fictícias para justificar o desvio de recursos da repatriação e do FPM”, diz o promotor.
“Recebemos da prefeitura de Dolcinópolis um grande número de notas fiscais, basicamente da segunda quinzena de dezembro e focamos a atenção nos dias 29 e 30 de dezembro, que coincidiram com recebimento de FPM e recursos da repatriação do governo federal e notamos ali um número grande de notas fiscais emitidas por supostos fornecedores, de oficinas mecânicas e outros fornecedores e a partir disso começamos investigar, eventual emissão de notas fictícias para justificar o desvio de recursos da repatriação e do FPM”, diz o promotor.
Um lavador de carros também foi preso. Ele
é suspeito de agir como ‘laranja’, nas fraudes do ex-prefeito. Segundo as
investigações, o homem , que mora em um bairro simples, aparece como um
dos donos de uma construtora e de uma empresa de consultoria, que prestavam serviços
para prefeitura, durante o mandato do ex-prefeito.
“Ele seria um laranja, porque uma das
empresas que está no nome dele tem capital social de mais de R$ 1 milhão e a
função efetiva dele e encerador de carro de um posto de combustível”, diz o
delegado.
O prefeito e os aliados nos supostos
esquemas de corrupção podem responder por peculato, que é apropriação indevida
de dinheiro público, associação criminosa e falsificação de documentos. A
polícia pode pedir que o ex-prefeito fique na cadeia até o julgamento do
caso e ainda o bloqueio de bens dele.
O ex-prefeito será conduzido por policiais
federais em voo de Porto Seguro até São José do Rio Preto
(SP) de onde será escoltado em viatura até Jales para ser ouvido pelas
autoridades responsáveis pelas investigações. Ele deve chegar ao interior
paulista na noite desta terça-feira e, posteriormente, será conduzido a
presídio da região de Jales onde permanecerá à disposição da Justiça Estadual.
O CASO
A Polícia Federal de Jales em conjunto com o Ministério Público Estadual de Estrela d’Oeste (SP) deflagraram nesta terça-feira (21) a Operação Catatau, que investiga suspeita de desvios de recursos públicos durante gestão do ex-prefeito de Dolcinópolis (SP).
A Polícia Federal de Jales em conjunto com o Ministério Público Estadual de Estrela d’Oeste (SP) deflagraram nesta terça-feira (21) a Operação Catatau, que investiga suspeita de desvios de recursos públicos durante gestão do ex-prefeito de Dolcinópolis (SP).
Segundo as investigações, milhões de reais
em pagamentos suspeitos, realizados durante sua gestão, estão sendo
investigados. Consultorias, compras, serviços, convênios e obras com pagamentos
suspeitos estão sendo investigados.
A Justiça de Estrela d’Oeste expediu dois
mandados de prisão temporária, 10 conduções coercitivas e 11 mandados de busca
e apreensão que foram cumpridos nas cidades de Porto Seguro, Dolcinópolis,
distrito de Fátima Paulista, Cardoso (SP), Pontalinda (SP) e Jales. Os conduzidos
foram levados até a sede da PF de Jales para prestar esclarecimentos.
G1/BAHIA
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