A
prefeitura de Uauá, no norte da Bahia, decretou estado de emergência devido à
crise financeira. O prefeito eleito Lindomar Dantas (PCdoB), que assumiu o
Executivo no dia 1º de janeiro e assinou o decreto, informou que somente de
energia existe uma dívida de quase R$ 1,2 milhão deixada pela antiga gestão. O
ex-prefeito da cidade, Olímpio Cardoso Filho, no entanto nega e diz que deixou
“mais dinheiro que dívidas“.
Lindomar decretou
estado de emergência administrativa e financeira. Conforme atual prefeito, a
medida foi para tornar pública a situação, segundo ele, de “caos” que
vive o município. Ele diz que serviços considerados essenciais, como a coleta
de lixo, foram interrompidos por falta de pagamento à empresa responsável e que
um mutirão de limpeza com mais de 100 garis teve de ser realizado para tirar o
lixo das ruas. Além disso, o atual prefeito conta que servidores municipais da
Saúde ainda estão sem receber o salário de dezembro. Ele adiantou que está se
esforçando para que o pagamento seja realizado ainda nesta semana.
O atual prefeito
destacou que a equipe de transição da antiga gestão municipal não apresentou
relatórios com informações necessárias para que ele pudesse começar a
trabalhar. Enquanto isso, o ex-prefeito alega que a transição ocorreu dentro da
normalidade e que não houve nenhum problema. “A crise financeira se deve,
justamente, porque tem muita conta que não fecha. Foi deixado um déficit a
pagar que ultrapassa muito o dinheiro deixado em caixa. As dívidas se
avolumaram ao longo do tempo e vivemos hoje esse momento de dificuldade“,
destacou o atual prefeito Lindomar Dantas.
Olímpio Cardoso
contesta ter deixado dívidas e acusa o atual gestor
de “irresponsabilidade”. “Eu seria irresponsável de deixar despesas sem
deixar receita? Estaria caindo na Lei de Responsabilidade Fiscal. Não sei
porque ele está dizendo isso, mas deixamos mais dinheiro do que despesas. Ele
está sendo irresponsável. A única dívida que temos de fato é com a Embasa, mas
isso vem desde a gestão anterior. Nós procuramos a empresa para tentar
resolver, mas não conseguimos“, declarou.
FALTA DE INFORMAÇÕES
Segundo o atual
prefeito, a gestão anterior não passou informações como senhas das contas
bancárias do município. “Não foi gerada a senha do tesoureiro do município e
houve divergência no cadastro do gestor do fundo municipal de saúde. Por isso o
atraso no pagamento dos servidores, já que o acesso às contas tem sido
dificultado“, afirma. O prefeito destacou que elabora junto com a equipe
de governo um dossiê com documentos sobre a atual situação financeira do
município, que pretende enviar ao Ministério Público da Bahia (MPBA). “Queremos
mostrar como está a situação do município, mas sem a intenção de promover uma
queda de braço com a gestão anterior. Esse não é o objetivo. Queremos apenas
resolver a situação“, pontuou.
PORTAL FORMOSA
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