Parte dos
caminhoneiros do País promete iniciar hoje uma greve nacional. A categoria já
tinha feito, no fim de semana, manifestações em cidades como Apucarana e
Ibiporã, no Paraná, um dos Estados onde é esperada a maior adesão. Quase toda a
movimentação vem sendo organizada via aplicativos de celular e pelas redes
sociais, mas não conta com a adesão de boa parte das entidades nacionais que
representam o setor.
Um
dos líderes da categoria e um dos organizadores da paralisação, Ivar Schmidt
afirma que a luta é pela renúncia da presidente Dilma Rousseff. Ele está à
frente do “Comando Nacional do Transporte” e garante que os caminhoneiros,
agora, somente vão negociar “com o próximo governante”.
A
greve ganhou o apoio de grupos como Movimento Brasil Livre e Vem pra Rua. Os
líderes do movimento garantem já ter grande apoio também de caminhoneiros de
São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A expectativa é atingir pelo menos
70% do País inicialmente.
Schmidt
divulgou um vídeo em que pede o apoio da população ao movimento. No vídeo, ele
afirma que o objetivo é a renúncia da presidente. Os grevistas vão reforçar os
pedidos de benefícios inseridos em uma pauta já em negociação com o governo.
Entre eles, isenção de pedágio sobre eixos suspensos dos caminhões e o
refinanciamento das dívidas dos autônomos junto aos bancos privados.
O
líder dos caminhoneiros alega defender um governo “que traga segurança, não
apenas ao povo brasileiro, mas também aos investidores externos”.
CONTRA
Várias
entidades que representam o setor se manifestaram contra esse movimento e veem
interesses políticos por trás dessa paralisação. Para o Sindicato dos
Caminhoneiros Autônomos de Bens no Estado do Pará (Sindicam-PA), a greve é
organizada “por pessoas que não fazem parte da categoria e estão aproveitando o
momento de dificuldade que o País passa.”
Já
a Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São
Paulo (Fetrabens) diz que “os problemas que afetam a categoria são muitos e que,
para resolvê-los, é preciso coesão e sabedoria”. Entidades de Goiás e Tocantins
também assinaram, juntos, um documento contra a greve.
Principal
alvo dos sindicatos, Ivar Schmidt tem 44 anos, mora em Mossoró (RN) e nega
qualquer vínculo partidário. Caminhoneiro, ele começou a se destacar há um ano
e, em 2015, criou o “Comando Nacional do Transporte”.
BLOQUEIOS
Os
organizadores da greve garantem que a orientação não é a de fechar estradas.
Porém, eles não vão recriminar os caminhoneiros que pararem (as estradas). A
Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) se declarou contra
as interdições das estradas. Segundo a entidade, o bloqueio de rodovias traz
inúmeros prejuízos para os transportadores e a sociedade.
MSN
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