Em
depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba, o ex-deputado federal André Vargas
(ex-PT, sem partido), preso na Operação Lava Jato por suspeita de corrupção,
afirmou que "as grandes injustiças se corrigem com o tempo, paciência e
silêncio".
Vargas está
detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba há pouco mais de um mês.
Neste fim de semana, foi indiciado pela PF, junto com outras pessoas, sob
suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção. Não há, por enquanto, denúncia
contra o ex-deputado.
Nesta terça
(12), Vargas utilizou-se do direito constitucional de ficar calado por boa
parte do tempo do seu depoimento à CPI, que durou cerca de 40 minutos. Ele
apenas respondeu algumas questões, mas nenhuma relacionada à Operação Lava Jato
e nem ao PT, seu antigo partido.
O
ex-parlamentar fez o comentário sobre a paciência em resposta à deputada
Eliziane Gama (PPS-MA),que lamentou o permanente silêncio do ex-deputado na
maioria dos questionamentos. Vargas apenas respondeu: "Sêneca, grande
pensador romano, disse que as grandes injustiças se corrigem com o tempo,
paciência e silêncio".
Na maioria
das perguntas, o ex-petista respondia: "Vou me reservar ao direito de
permanecer em silêncio".
Quando
perguntado se era amigo do doleiro Alberto Youssef, Vargas disse que o conheceu
"vendendo coxinha no aeroclube de Londrina". "Eu o conheço há
mais de 30 anos", afirmou. O ex-deputado, porém, disse que nunca recebeu
repasses monetários do doleiro.
"Eu
mantive uma relação à luz do dia com ele e não reconheço nenhum repasse de Alberto
Youssef para mim. Pois não ocorreram", afirmou Vargas.
Durante as
perguntas, Vargas foi provocado por alguns deputados. Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
chegou a dizer que André Vargas quando deputado "era um falastrão e agora
é um caladão".
Questionado
se ainda mantém contato com petistas e se os antigos colegas de partido ainda o
visitavam para levar mantimentos na cadeia, Vargas disse que recebe visitas de
petistas porque seus familiares são petistas.
No fim do
depoimento, que durou pouco mais de 40 minutos, o ex-deputado fez suas
considerações finais pedindo desculpas por se negar em dar respostas, alegando
que fazia parte da estratégia, pois nem ele e nem seus advogados tinham
conhecimento de tudo que havia sido apresentado.
"Têm
informações faladas aqui que não tivemos acesso, precisamos de segurança quando
falamos de algo, por essa situação optamos pelo silêncio", afirmou.
Por fim,
Vargas quis deixar claro que optou pela desfiliação do PT e também pela
demissão da vice-presidência da Câmara, no ano passado, por opção dele,
rebatendo a possibilidade que foi especulada pelos deputados de ter sido
abandonado pelo PT. (Informações da Folha.Uol).
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