Os cerca de seis mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já estão acampados na área externa da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária(INCRA), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), na Avenida Paralela, em Salvador. Durante a tarde desta terça-feira (17), eles esperam um encontro com o governador da Bahia, Rui Costa, às 15h. Após iniciar uma marcha que saiu de Feira de Santana na segunda-feira (9), grupo chegou ao CAB, na capital baiana, antes das 10h.
De acordo com os militantes, as discussões com o governo vão tratar de itens que constam em uma pauta de reivindicações que já foi entregue no dia 9 deste mês ao governador.
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De acordo com Evanildo Costa, um dos dirigentes estaduais do MST na Bahia, a pauta de reivindicações trata de alguns temas prioritários: criação de convênios para desapropriação de terrenos sem produtividade, melhoria da infraestrutura dos assentamentos (incluindo saúde e educação), aperfeiçoamento técnico da agricultura familiar e inclusão social.
Além da pauta de reivindicações, os integrantes do MST esperam que o Governo do Estado agende uma reunião com a ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, fazendo uma intermediação do contato do Ministério com o MST. "Caso o encontro seja avaliado como positivo, podemos sair daqui ainda hoje [terça]. A expectativa é grande. O governo parece disposto a discutir", diz.
Segundo o dirigente estadual, em toda da Bahia, existem atualmente 18 mil acampados em áreas onde há disputa por posse de terras. Já o número de assentados chega a 13.500, que são famílias que já conquistaram terrenos. Ainda de acordo com Evanildo Costa, são 27 anos de atuação do MST na Bahia.
Os seis mil integrantes que chegaram nesta manhã ao CAB são divididos por dez regiões geográficas: Extremo Sul, Sul, Baixo Sul, Recôncavo, Chapada, Sudoeste, Norte, Nordeste, Oeste e São Francisco. Dessas áreas, as consideradas como de maiores conflitos são o acampamento de Dois Amigos, em Ipiaú; o de Santa Luzia, no município de Arataca, o de Arco Íris, em Itajuípe; e de Toca da Onça, em Itamaraju.
Trânsito afetado
A marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixou o trânsito congestionado nas principais avenidas de Salvador, na manhã desta terça-feira.
A marcha do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) deixou o trânsito congestionado nas principais avenidas de Salvador, na manhã desta terça-feira.
[Veja no vídeo acima a situação na Avenida Paralela por volta das 9h]
De acordo com a Superintendência de Trânsito e Transporte de Salvador (Transalvador), viaturas do órgão isolaram a faixa central da Avenida Paralela, nas proximidades do Imbuí, para facilitar a passagem dos cerca de seis mil integrantes do movimento.
Por conta do marcha, o trânsito também ficou lento na região da rodoviária, na Avenida Antônio Carlos Magalhães e ainda provocou lentidão na BR-324, onde o grupo passou por volta das 7h.
De acordo com o dirigente nacional do MST, Márcio Matos, o movimento será recebido pelo governador Rui Costa, às 15h.
[Veja no vídeo ao lado o momento em que a marcha entrou na Avenida Paralela]
O Governo do Estado informou também que o encontro está marcado para ocorrer às 15h desta terça, na sede da Governadoria do CAB, reunindo uma comissão do movimento rural e representantes do governo. A pauta de discussões será a reforma agrária na Bahia e o orçamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) no estado.
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