Um dos vídeos, revelado pelo Metrópoles nessa quarta-feira (5/3), mostra a vítima no banco de trás da viatura após o suposto crime confrontando os policiais, que alegam não saber onde é a casa dela. “Comeu minha **** e não falou nada”, disse.
No novo vídeo, também exclusivo, a jovem volta a repreender os policiais pelo suposto crime sexual.
PMs estão presos
O soldado Leo Felipe Aquino da Silva e o cabo James Santana Gomes estão presos, por tempo indeterminado, desde segunda-feira (3/3), no Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte paulistana. A defesa deles negou as acusações e afirmou, em nota, que ambos irão dar as versões do caso no decorrer do processo.
No novo vídeo obtido pela reportagem, a vítima afirma que os dois policiais estavam consumindo bebidas alcoólicas em serviço. Percebe-se que a viatura trafega por uma rodovia.
O vídeo, enviado a familiares da vítima, é finalizado com a jovem apontando o dedo para o condutor da viatura, afirmando que o PM “não faria a filha dele fazer isso”.“Transtornada”
A mãe da jovem afirmou que os policias teriam obrigado a filha a fazer sexo “de várias formas” com ambos, no banco traseiro do carro policial, que foi estacionado em uma rua escura e deserta.
Antes disso, a vítima disse acreditar que os PMs estavam a levando para casa, na capital paulista. Ela havia aceitado uma carona, oferecida pelos policiais, em Diadema, onde a jovem estava após acompanhar um amigo em um bloco carnavalesco em São Paulo.
“Minha filha ficou transtornada, falando que queria ir para casa e que eles tinham abusado dela. Recebi mais de 12 áudios dela. Tentei entrar em contato com os PMs [telefonando para a filha]. Um deles pegou o aparelho e não me respondeu. Foi uma sessão de terror”, afirmou a mãe da jovem ao Metrópoles.
A vítima afirmou ter feito fotos das bebidas consumidas pelos PMs, mas não teve tempo de enviar o registro para a família. Antes disso, segundo ela, os policiais tiraram o celular de suas mãos e ficaram com o aparelho, além de sua bolsa.
Em seguida, ela disse ter sido abandonada pelos policiais em um descampado, descalça e machucada. Ela contou que precisou entrar na frente de carros, que trafegavam em alta velocidade pela Via Anchieta, até conseguir ser levada até o 26º DP (Sacomã), já na capital paulista.
Álcool e câmeras
De acordo com a polícia, a vítima chegou abalada à delegacia (na foto de destaque, as marcas de hematomas nas pernas da jovem). Policiais civis de plantão acionaram uma ambulância, que a levou até a Unidade de Pronto Atendimento da Liberdade, no centro paulistano, onde a jovem foi encontrada pelos familiares e detalhou o suposto abuso sexual.
A Polícia Militar, por meio da Secretaria da Segurança Pública (SSP), afirmou em nota que a denúncia de estupro é apurada “rigorosamente” e que ‘todas as circunstâncias dos fatos são apuradas, inclusive com a análise das câmeras corporais [dos PMs]”.
Nesta quinta-feira (6/3), o Metrópoles questionou a corporação e a SSP sobre o suposto consumo de álcool feito pelos PMs em serviço. Perguntou, ainda, se câmeras corporais estavam operantes durante o período que ficaram com a vítima. Uma entrevista com um porta-voz da Corregedoria da PM também foi solicitada.
Nenhum posicionamento foi encaminhado até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Por Metrópoles
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