“Há tempo de amar e tempo de amar o que se amou.” (Marques Rebelo, escritor e jornalista fluminense, 1907-1973).
Começo pela descendência: Jorge Jazon Cordeiro de Menezes, Jaílson José Pacheco de Menezes, Ita Luciana Menezes de Menezes e James George Cordeiro de Menezes.
A descendência é a continuidade da vida, o bálsamo para perfumar o caminho, às vezes árduo, às vezes espinhoso e a doçura que facilita o enfrentamento dos tropeços ao longo do caminhar.
Assim é o escrever da vida. Assim são as surpresas e assim é o imponderável da construção familiar.
Essa descendência de Maria Ita de Menezes e de José Jazon de Menezes está aí para contar a história mais à frente, anos adiante, porque nos dias de hoje contamos nós, os mais antigos, os que chegamos primeiro no tecer da vida. E certamente contarão competentemente, eficientemente.
Incluo a descendência neste andar, porque são os filhos que, em princípio, sustentarão a robustez das raízes de Ita e Jazon. São raízes fortes, seguras, firmes. Os alicerces foram bem estruturados, a construção moral segura e perene.
Meu primeiro contato com Maria Ita de Menezes deu-se em consequência de minha matrícula no então Colégio Normal São José, de Chorrochó.
Estávamos lá nos idos de 1971. Ela era professora de Geografia. Cabe um salvo engano aqui, por conta de um detalhe: em razão da ausência de estrutura do colégio, alguns professores ministravam mais de uma disciplina, o que de certa forma aproximava alunos e professores.
Contraditoriamente, a precariedade das condições de ensino à época e, neste caso, foi saudável para agigantar a qualidade dos mestres que tivemos no Colégio São José. Maria Ita de Menezes incluiu-se dignamente na história da educação de Chorrochó.
A instituição familiar representada pelos Menezes de Chorrochó é, até hoje, uma universidade de bons exemplos e de contribuição para o engrandecimento do lugar.
Convivi com essa família, numa quadra do tempo. Daí e dessa convivência, guardaram-se a amizade e algumas lembranças que me alegram até hoje, nos momentos de solidão. São muitos e frequentes esses momentos, porque a passagem do tempo nos fragiliza e a saudade faz constantes e inesperadas visitas.
Maria Ita de Menezes vem de uma família exemplar de Chorrochó. Exemplar, em razão do caráter e em razão da história de vida que ostenta, na sociedade local: o pai, Antonio Pacheco de Menezes; a mãe, Maria Argentina de Menezes; e os irmãos Maria de Lourdes Menezes Araujo, Maria Nicanor de Menezes Veras, Maria Joselita de Menezes, Francisco Lamartine de Menezes, Walmir Prudente de Menezes, Antonio Pacheco de Menezes Filho, Maria Agripina de Menezes, José Osório de Menezes e Maria Eugênica de Menezes.
Penitencio-me se, por conta de minha esburacada memória, omiti ou grafei alguns nomes com incorreção, tanto dos filhos quanto dos pais e irmãos de Maria Ita de Menezes.
Contudo, o que importa aqui, neste tempo de contar, é o registro que faço sobre a importância que Maria Ita de Menezes representa na vida de grande parte da sociedade local, enquanto professora e, até em certos momentos, orientadora paciente e atenciosa.
Ao caminhar, o cronista quase sempre se perde e se acha. No seguir da vida e na passagem do tempo aparecem-lhe as lembranças, a saudade, as marcas dos tropeços, a reverência às amizades que lhe são caras. Surge “o tempo de amar o que se amou”. É difícil não continuar amando Chorrochó daquele tempo e de hoje.
Quando jovem precisamos de orientação, de conselhos, de amparo. A opinião dos mais experientes nos dá o prumo, o rumo, o norte. Eu precisei muito disto.
Em 31/01/2013 escrevi uma crônica sobre José Jazon de Menezes sob o título A lâmina do tempo. Lá eu dizia que Jazon constituiu família nobre em Chorrochó o que, de resto, todos sabem.
Hoje acrescento tão-somente que esta nobreza familiar tem um significado inegável para a história local: a robusta participação de Maria Ita de Menezes, educadora e ícone da sociedade chorrochoense.
Post scriptum
Este texto foi publicado pela primeira vez em 26/07/2018.
Em 2025, na festa de Senhor do Bonfim de Chorrochó, D. Ita está sendo homenageada, por iniciativa do setor de Cultura do Município.
Por Walter Araújo
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