Manoel Palácios, infectologista do Hospital Anchieta, aponta as variantes dos vírus como um dos fatores que podem ter contribuído para o aumento de casos e mortes decorrentes da doença.
“Pode ser que esse surgimento e circulação de novas variantes do SARS-CoV-2, podem ser mais transmissíveis, são potencialmente mais virulentos. Pode contribuir para um aumento dos casos e o aumento dos óbitos”, pontua.
Ele também ressalta que a redução das medidas de prevenção contra Covid-19, como uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos, também podem ter contribuído, assim como a cobertura vacinal incompleta.
“Além disso, após períodos de grandes aglomerações, como caso do carnaval, é comum esperar o aumento dos casos da Covid-19 e também das síndromes gripais. Isso devido à maior interação social, e consequentemente, à maior transmissão do vírus. Então nas próximas semanas pode-se esperar um aumento dos casos notificados, o que poderá levar a um aumento subsequente da sua hospitalizações, e possivelmente, de óbitos”, explica.
De acordo com o último boletim epidemiológico especial do Ministério da Saúde e Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, Vigilância da Covid-19 no Brasil, o perfil dos mortos pela doença é semelhante aos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) por Covid-19.
Dessa forma, a faixa etária de 60 anos ou mais representou 82% das mortes decorrentes da doença. Entre as mortes por Srag causadas pela Covid-19 notificados em 2023, 83% apresentavam comorbidades e/ou fatores de risco, com destaque para cardiopatias, diabetes, pneumopatias e imunodeprimidos.
No total, foram registradas 3.491 mortes por Srag causadas pela Covid-19 de pessoas entre 60 e 79 anos, e nessa faixa etária, 3.023 pessoas (86,6%) apresentaram comorbidades/fatores de risco.
Além disso, 3.520 pessoas com 80 anos ou mais morreram por Srag causadas pela Covid-19, sendo que 2.956 (84,0%) possuíam comorbidades/fatores de risco.
Cobertura vacinal
Atualmente, o número de doses contra Covid-19 aplicadas é de 517.619.258, até o momento — incluindo as doses de primeira, segunda e terceira aplicação, bem como as doses de reforço.
No que se refere à vacina bivalente, recomendada pela pasta como reforço para pessoas com mais de 12 anos que apresentam comorbidades, ou para adultos sem comorbidades, o total de doses aplicadas no Brasil foi de 33.578.593.
Por Didi Galvão
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