DE MACURURÉ NA BAHIA PARA O MUNDO!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

O ladrão que abandonou o crime após denunciar pornografia infantil que encontrou em um cofre

O ladrão que abandonou o crime após denunciar pornografia infantil que encontrou em um cofre
Episódio mudaria a vida de Hahn, viciado em metanfetamina desde a adolescência

Quando Matthew Hahn abriu o cofre que tinha acabado de roubar de uma casa em Los Gatos, na Califórnia, encontrou algo que mandaria outro homem para a cadeia — e que eventualmente salvaria ele mesmo da prisão perpétua.
Era 2005 e fazia quatro anos que o jovem havia cumprido uma sentença de meia década por roubo.
Durante muito tempo ele roubou para sustentar o vício em metanfetamina, que o fez largar os estudos no Ensino Médio.
Como havia sido condenado por dois crimes graves nos termos da lei da Califórnia, se fosse preso novamente, poderia passar o resto da vida encarcerado.
Hahn tinha se comportado bem "por muitos anos", até que um de seus amigos de infância mais próximos tirou a própria vida, o que, segundo ele, o levou a meses de "consumo excessivo de drogas e prática de roubo".
"Eu tinha um ótimo trabalho, estava estudando. Mas uma tragédia pessoal ocorreu e minha incapacidade de lidar com aquilo me levou a uma recaída".
Hahn disse que, quando jovem, recorria ao roubo para sustentar seu vício
Ao abrir o cofre, a primeira coisa que ele viu foi um monte de fraldas sujas — "uma experiência surreal".
"Havia várias outras coisas no cofre. Uma arma, fotografias, documentos pessoais. E, finalmente, havia um cartão de memória de câmera digital. Quando eu o coloquei no meu computador, vi que ele armazenava fotografias de uma pessoa molestando uma criança."
A princípio, Hahn não entendeu o que estava vendo.
"A primeira fotografia que eu vi era estranha, e eu sabia que havia algo de errado, mas não tinha muita certeza do que era. Foi só quando vi as imagens subsequentes que percebi o que estava vendo: um adulto e uma criança."

Bilhete anônimo

Não era uma opção para ele entrar no departamento de polícia local e simplesmente dizer que tinha invadindo uma casa e encontrado evidências de um crime.
Ele sabia que tinha que fazer algo, mas também tinha ciência de que qualquer condenação contra ele poderia significar uma sentença de prisão perpétua.
Hahn colocou então o cartão da câmera em uma bolsa de moedas, escreveu um bilhete com o nome do homem, o endereço da casa e a frase "Por favor, tirem este animal das ruas", e deixou tudo na polícia.
O jovem pediu à mãe para acompanhar o noticiário sobre a história. Ele havia mentido para ela, dizendo que encontrou o item em uma venda de garagem.
Cerca de uma semana depois, ela ligou e disse que um homem havia sido preso.
John "Robbie" Robertson Aitken havia denunciado o roubo às autoridades. Quando o departamento de polícia local recebeu as fotografias, ligou para o homem para que fosse interrogado, sob o pretexto de encontrá-lo para discutir o roubo em sua casa.
Hahn foi preso várias vezes
Para Hahn, esse não seria o fim da história. Ele continuou a roubar casas e acabou detido oito semanas mais tarde, depois que o número de série de um item roubado que ele vendeu no eBay foi rastreado e revelou sua identidade.
Enfrentando sua terceira detenção.
O policial que o prendeu — e o conhecia por causa de outros problemas que ele havia causado na cidade — perguntou: "O que aconteceu com você? Você estava indo tão bem".
"Bem, pelo menos eu te dei o Aitken", retrucou ele.
Enquanto Hahn estava preso aguardando julgamento, ele foi procurado pelo promotor público que estava processando Aitken, que perguntou se ele estaria disposto a testemunhar.
Como Hahn fora acusado de vários crimes e estava diante de até "400 anos de prisão", resolveu falar para tentar fortalecer a própria defesa.
Aitken poderia pegar até 25 anos por seus crimes. A discrepância entre as sentenças acabou provocando uma onda de apoio a Hahn e a uma oferta de acordo judicial pelo promotor público.
Hahn foi condenado a 14 anos e quatro meses, mas cumpriu sete.
Ele e Aitken estiveram na mesma prisão por um período, mas como estavam em áreas separadas, nunca se cruzaram.
Como Hahn era testemunha no caso de Aitken, que segue na cadeia, eles ocasionalmente compareciam ao tribunal no mesmo dia — mas nunca trocaram uma palavra.
Matt e sua esposa Noelle estão comprando sua primeira casa juntos
Quando estava preso, Hahn decidiu que aquela seria a última vez que teria problemas com a Justiça.
Ele deu início à recuperação da dependência química, passou a ler livros — muitos doados pela mãe da vítima de Aitken — e a meditar.
Já em liberdade, conseguiu se formar na Universidade da Califórnia, no campus de Berkeley.
Tornou-se eletricista e, à BBC, disse que hoje tem "um ótimo trabalho". Ele e a esposa acabaram de comprar a casa própria.
"Coisas incríveis estão acontecendo na minha vida hoje. A primeira coisa que pensei quando fiz o primeiro pagamento foi algo como 'há apenas 10 anos eu estava morando em uma cela e agora vou ter minha própria casa'."
Hahn diz que seu maior arrependimento é o dano que causou a pessoas que não conhecia.
"Acho que o melhor que posso fazer é pagar pelos crimes, o que fiz. E darei o meu melhor para contar minha história e ajudar outras pessoas que estão lutando contra o vício a não seguirem o mesmo caminho."
MSN

Nenhum comentário:

SEGUIDORES DO BEIRA RIO NOTÍCIAS