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quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Mãe e bebê mortos durante parto em hospital de Paulo Afonso são enterrados sob pedidos de justiça

Mãe e bebê mortos durante parto em hospital de Paulo Afonso são enterrados sob pedidos de justiça
Sob muita comoção e pedidos de justiça, os corpos de Edilane Rocha da Silva, de 28 anos, e o do seu bebê foram enterrados por volta das 10h da manhã desta terça-feira (3), no cemitério do povoado Barriga, distante 35 km do centro de Paulo Afonso (BA).

Lane, como era popularmente conhecida, já era mãe de dois filhos e estava com nove meses e dez dias da gestação do terceiro filho, mas infelizmente ela e o bebê morreram na tarde desta segunda-feira (2) durante o trabalho de parto após ser internada no domingo, dia 1º de dezembro, no Hospital Nair Alves de Souza, em Paulo Afonso, Bahia.

De acordo com informações da mãe da vítima, dona Edilene Rocha, sua filha estava indo ao Hospital Nair desde a última quinta-feira (28) para ter o neném, mas não conseguia ser internada. No domingo (1°), retornou ao local e finalmente conseguiu a vaga. No entanto, na tarde de ontem (2), por volta das 14 horas, ela veio a óbito. Lane morava no Bairro Tancredo Neves (BTN).

Logo após as mortes da mãe e do bebê, imagens das vítimas compartilhando do mesmo caixão vídeos com relato de dona Edlene logo se espalharam nas redes sociais gerando comoção, mas também muita revolta entre a população.

Apesar de toda a repercussão do caso, a diretoria da Chesf – Companhia Hidroelétrica do São Francisco que é a responsável pela administração do hospital, ainda não se manifestou oficialmente  sobre o caso.
Edilane Rocha da Silva tinha 28 anos e esperava o terceiro filho. Foto: Ilha FM/Cortesia/PA4
Relato do esposo de Edilane e pai do bebê. Foto: Ilha FM

Logo após o sepultamento, uma equipe da Rádio Web Ilha FM foi até a residência da família e ouviu a mãe e o esposo de Lane. Ao lado dos dois filhos agora órfãos de mãe, o marido pediu justiça e revelou que tinha sonhos a realizar com sua companheira:

“Eu tinha bastante sonho com a minha esposa, um erro médico no hospital de Paulo Afonso que aconteceu deixou essas duas crianças aqui para mim criar. Eu levei a minha esposa domingo para o hospital, viva. Aí botaram remédio nela, aí ela veio a essa situação aí (óbito) e agora eu estou aqui com essas minhas duas crianças aqui para saber o que é que eu faço da minha vida. Eu quero justiça!”, disse.

Em outro vídeo que circula nas redes sociais, a mãe da vítima, dona Edilene relatou como foram agonizantes os últimos minutos ao lado da filha a espera do parto no hospital.

“Eu disse, doutor faça um cesário (parto cesariano), ela não vai ter (normal) esse menino, um menino com quatro quilos, ela fez a ultrassom, aí ela (a enfermeira) botou o soro, quando ela deu as costas, ela (filha) disse – mãe eu estou passando mal, eu não estou sentindo dor mas estou passando mal, não estou enxergando mais, eu estou cega mãe, aí eu gritei e ela (enfermeira) voltou e disse – é normal, toda mulher que vai parir dá eclampse – aí eu disse – não é normal não doutora, que minha filha estava branca e agora está ficando roxa, e ela (filha) apertando a minha mão, aí eu disse – doutora (enfermeira) chame um médico, aí ela viu que eu estava certa e gritou – chega doutor, chega doutor!, ele chegou correndo bota o oxigênio, botaram, aí ficaram mexendo pra lá e pra cá e eu vendo que ela estava morrendo e eu – doutor a menina está morrendo!, e ele ficou só assim olhando – você sabe de nada, você é médica?, aí eu disse assim – mas eu já parir foi nove doutor, eu sei como é a dor de parir, ela está é morrendo e ele – não tá, não tá!, aí botaram a menina na cama e saíram correndo, eu correndo atrás também, só que quando chegou na porta aí não deixaram eu entrar mais e eu não vi mais nada.”

Amigos e familiares protestaram com pedidos de justiça durante o sepultamento. Foto: Ilha FM
Corpos da mãe e do bebê são sepultados no cemitério do povoado Barriga. Foto: Leitor PA4
OZILDO ALVES

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