Fernando, Manoel, Rafael e Carmem Lúcia
Uma família de Santa Catarina
localizou no Povoado Formosa, município de Macururé-Bahia, um homem que estava
desaparecido há 29 anos.
Há muitas pessoas desaparecidas
no Brasil, muitas delas, por diversos motivos, nunca localizarão seus
familiares. Entretanto, há quem tenham um final feliz, esse é o caso do popular
“Saguim”, 64 anos, que acabou sendo localizado por seus filhos e “esposa”.
VAMOS AOS DETALHES
Segundo um dos filhos, em
entrevista ao Portal Formosa, em 1989, a família morava em Imbituba-SC. Manoel
da Silveira (Hoje apelidado de Saguim) era caminhoneiro e após uma viagem para
o Nordeste, nunca mais voltou para casa e nem deu notícias.
Quando desapareceu, Manuel
deixou para trás dois filhos (Fernando da Silveira, com 4 anos, e Rafael da
Silveira, com 9 anos) e a esposa Carmem Lúcia da Silveira, com 30 anos de idade.
A
informação que a família tinha era que ele havia viajado para entregar uma
carga de baterias em Recife-PE e depois se deslocaria para Mato Grosso do Sul.
“A última informação que
tivemos foi que ele tinha chegado até Mato Grosso do Sul e, de lá, teria ido
embora. Mas o tempo passou e ele nunca chegou em casa”, disse um dos filhos.
O dono do caminhão, juntamente
com primos de Manuel, foram até Mato Grosso do Sul na tentativa de localizá-lo.
Distribuíram cartazes, foram em rádios, jornais, mas sem êxito.
A família foi informada que,
provavelmente, ele estivesse morto e a busca ficou adormecida por um bom
período, apesar da incerteza. O caminhão também desapareceu.
27
anos depois, já em 2016, um caminhoneiro de Imbituba entrou em contato com a
família e informou que teria visto Manoel da Silveira em Água Belas-PE. O
caminhoneiro ainda tentou levá-lo de volta para Santa Catarina, mas Manuel
desapareceu novamente.
A família, de imediato, foi até
o Pernambuco, mas também não conseguiu localizá-lo. A aparência de Manoel mudou
muito e ninguém conseguiu reconhecê-lo através de fotos antigas.
No mês passado (julho de 2018),
um caminhoneiro de Garopaba-SC, conhecido como Valério viu ele em Formosa e
posteriormente em Jorrinho, município de Tucano, e avisou a família.
Uma irmã de Manoel e outros
familiares entraram em contato com a polícia de Tucano e o mesmo acabou sendo
detido, porém, como ninguém apareceu, foi liberado.
Outro caminhoneiro conhecido
como Itamar também o reconheceu, conversou com ele e, inclusive, levou um fio
de cabelo para que um exame de DNA fosse feito. Porém, como o cabelo foi
cortado e não arrancado pela raiz, não serviu para fazer o exame.
Itamar também entregou à
família o contato do vice-prefeito Galo Cego, que é proprietário da borracharia
onde Manoel estava instalado há 4 anos, em Formosa. A família entrou em contato
e, após algumas conversas, resolveu vir para ter a certeza que realmente se
tratava do familiar desaparecido. Por coincidência, o primeiro contato foi
feito no dia dos pais.
“Eu e meu irmãos crescemos,
estudamos, casamos, moro em Joinville e meu irmão mora em Florianópolis. A
nossa vida andou e achamos que realmente ele estava morto. O dono do caminhão
sempre falou pra nós que ele tinha morrido, a gente cresceu com essa
informação. Então apareceu hoje, depois de 29 anos, a gente acreditou, mas
também desconfiou. Seria alguém querendo se passar por ele? Enfim, a gente ta
aqui hoje, porque acreditamos e queremos que ele volte para casa”, afirmou o
filho Fernando da Silveira.
Manoel da Silveira chegou no
Povoado Formosa há 4 anos como andarilho. Foi acolhido e acabou ficando. Ele
ajuda na limpeza da Borracharia do Galo Cego, e sempre se deslocava, através de
carona com caminhoneiros, para outros lugares, principalmente, Tucano-BA e
também Ceará, mas sempre retornava.
MOTIVO DO DESAPARECIMENTO
Segundo o próprio Manoel, em
1989, no estado do Mato Grosso do Sul, foi vítima de uma armação e acabou
ficando preso por 12 anos. Por vergonha, nunca entrou em
contato com a família e nem quis retornar à sua cidade. Ficou andando sem
destino, até hoje.
O REENCONTRO
A família se organizou e os
dois filhos e a “esposa” foram de avião até Aracaju, locaram um veículo e na
noite de sexta-feira (24/08) chegaram em Formosa, porém, com medo da reação de
Manoel, conversaram primeiramente com Galo Cego e outras pessoas, mas não
apareceram para ele.
Na manhã de hoje (25/08), houve
o reencontro. Foi um momento delicado, com choro, abraços e uma boa conversa.
“Eu sempre tive vontade de
saber o que realmente aconteceu. A gente não sabia se estava morto ou vivo. Eu
não sabia se era viúva de um marido vivo ou de um marido morto”, disse Carmem
Lúcia, mulher que foi esposa de Manoel.
PRÓXIMOS
PASSOS
Manoel concordou em voltar para
Santa Catarina, porém não retornará com os filhos e a “esposa”. O mesmo não tem
nenhum documento, inviabilizando a viagem através de avião. A
família também não veio em carro próprio e, devido aos compromissos
profissionais em Santa Catarina, necessitam voltar logo.
O próprio Manoel combinou e deu
a certeza que voltará nos próximos dias à Santa Catarina, através de carona,
com um amigo caminhoneiro.
Ele deu a palavra que vai
voltar, mas todos estão apreensivos, com medo de que ele desapareça novamente.
Manoel teve 12 irmãos, sendo 2
já falecidos. Eles já viram uma foto atual de Manoel e não acreditam que seja o
irmão desaparecido. Por isso, foi colhido material genético para que um exame
de DNA seja feito e a dúvida seja tirada.
Os filhos e a “esposa” têm
certeza que realmente é ele, tanto pelos detalhes de conversas que tiveram,
como também pelas cicatrizes no corpo de Manoel.
Torcemos que Manoel retorne
para Santa Catarina e possa restabelecer, de forma positiva, o contato familiar.
PORTAL FORMOSA
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