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sábado, 25 de agosto de 2018

EM MACURURÉ FAMÍLIA DE SANTA CATARINA LOCALIZA NA FORMOSA HOMEM QUE ESTAVA DESAPARECIDO HÁ 29 ANOS



Fernando, Manoel, Rafael e Carmem Lúcia

Uma família de Santa Catarina localizou no Povoado Formosa, município de Macururé-Bahia, um homem que estava desaparecido há 29 anos.

Há muitas pessoas desaparecidas no Brasil, muitas delas, por diversos motivos, nunca localizarão seus familiares. Entretanto, há quem tenham um final feliz, esse é o caso do popular “Saguim”, 64 anos, que acabou sendo localizado por seus filhos e “esposa”.

VAMOS AOS DETALHES

Segundo um dos filhos, em entrevista ao Portal Formosa, em 1989, a família morava em Imbituba-SC. Manoel da Silveira (Hoje apelidado de Saguim) era caminhoneiro e após uma viagem para o Nordeste, nunca mais voltou para casa e nem deu notícias.

Quando desapareceu, Manuel deixou para trás dois filhos (Fernando da Silveira, com 4 anos, e Rafael da Silveira, com 9 anos) e a esposa Carmem Lúcia da Silveira, com 30 anos de idade.


A informação que a família tinha era que ele havia viajado para entregar uma carga de baterias em Recife-PE e depois se deslocaria para Mato Grosso do Sul.

“A última informação que tivemos foi que ele tinha chegado até Mato Grosso do Sul e, de lá, teria ido embora. Mas o tempo passou e ele nunca chegou em casa”, disse um dos filhos.

O dono do caminhão, juntamente com primos de Manuel, foram até Mato Grosso do Sul na tentativa de localizá-lo. Distribuíram cartazes, foram em rádios, jornais, mas sem êxito.

A família foi informada que, provavelmente, ele estivesse morto e a busca ficou adormecida por um bom período, apesar da incerteza. O caminhão também desapareceu.



27 anos depois, já em 2016, um caminhoneiro de Imbituba entrou em contato com a família e informou que teria visto Manoel da Silveira em Água Belas-PE. O caminhoneiro ainda tentou levá-lo de volta para Santa Catarina, mas Manuel desapareceu novamente.

A família, de imediato, foi até o Pernambuco, mas também não conseguiu localizá-lo. A aparência de Manoel mudou muito e ninguém conseguiu reconhecê-lo através de fotos antigas.

No mês passado (julho de 2018), um caminhoneiro de Garopaba-SC, conhecido como Valério viu ele em Formosa e posteriormente em Jorrinho, município de Tucano, e avisou a família.

Uma irmã de Manoel e outros familiares entraram em contato com a polícia de Tucano e o mesmo acabou sendo detido, porém, como ninguém apareceu, foi liberado.

Outro caminhoneiro conhecido como Itamar também o reconheceu, conversou com ele e, inclusive, levou um fio de cabelo para que um exame de DNA fosse feito. Porém, como o cabelo foi cortado e não arrancado pela raiz, não serviu para fazer o exame.

Itamar também entregou à família o contato do vice-prefeito Galo Cego, que é proprietário da borracharia onde Manoel estava instalado há 4 anos, em Formosa. A família entrou em contato e, após algumas conversas, resolveu vir para ter a certeza que realmente se tratava do familiar desaparecido. Por coincidência, o primeiro contato foi feito no dia dos pais.

“Eu e meu irmãos crescemos, estudamos, casamos, moro em Joinville e meu irmão mora em Florianópolis. A nossa vida andou e achamos que realmente ele estava morto. O dono do caminhão sempre falou pra nós que ele tinha morrido, a gente cresceu com essa informação. Então apareceu hoje, depois de 29 anos, a gente acreditou, mas também desconfiou. Seria alguém querendo se passar por ele? Enfim, a gente ta aqui hoje, porque acreditamos e queremos que ele volte para casa”, afirmou o filho Fernando da Silveira.

Manoel da Silveira chegou no Povoado Formosa há 4 anos como andarilho. Foi acolhido e acabou ficando. Ele ajuda na limpeza da Borracharia do Galo Cego, e sempre se deslocava, através de carona com caminhoneiros, para outros lugares, principalmente, Tucano-BA e também Ceará, mas sempre retornava.

MOTIVO DO DESAPARECIMENTO
Segundo o próprio Manoel, em 1989, no estado do Mato Grosso do Sul, foi vítima de uma armação e acabou ficando preso por 12 anos. Por vergonha, nunca entrou em contato com a família e nem quis retornar à sua cidade. Ficou andando sem destino, até hoje.

O REENCONTRO
A família se organizou e os dois filhos e a “esposa” foram de avião até Aracaju, locaram um veículo e na noite de sexta-feira (24/08) chegaram em Formosa, porém, com medo da reação de Manoel, conversaram primeiramente com Galo Cego e outras pessoas, mas não apareceram para ele.

Na manhã de hoje (25/08), houve o reencontro. Foi um momento delicado, com choro, abraços e uma boa conversa.

“Eu sempre tive vontade de saber o que realmente aconteceu. A gente não sabia se estava morto ou vivo. Eu não sabia se era viúva de um marido vivo ou de um marido morto”, disse Carmem Lúcia, mulher que foi esposa de Manoel.

PRÓXIMOS PASSOS
Manoel concordou em voltar para Santa Catarina, porém não retornará com os filhos e a “esposa”. O mesmo não tem nenhum documento, inviabilizando a viagem através de avião. A família também não veio em carro próprio e, devido aos compromissos profissionais em Santa Catarina, necessitam voltar logo.

O próprio Manoel combinou e deu a certeza que voltará nos próximos dias à Santa Catarina, através de carona, com um amigo caminhoneiro.

Ele deu a palavra que vai voltar, mas todos estão apreensivos, com medo de que ele desapareça novamente.

Manoel teve 12 irmãos, sendo 2 já falecidos. Eles já viram uma foto atual de Manoel e não acreditam que seja o irmão desaparecido. Por isso, foi colhido material genético para que um exame de DNA seja feito e a dúvida seja tirada.

Os filhos e a “esposa” têm certeza que realmente é ele, tanto pelos detalhes de conversas que tiveram, como também pelas cicatrizes no corpo de Manoel.

Torcemos que Manoel retorne para Santa Catarina e possa restabelecer, de forma positiva, o contato familiar.


 Fernando, Manoel, Galo Cego, Rafael e Carmem Lúcia
PORTAL FORMOSA



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