O deputado Cesar Halum
(PRB-TO) mostra foto de mulher seminua a um colega - Daniel Marenco/Agência O
Globo
COMISSÃO DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
APROVOU PARECER QUE FLEXIBILIZA REGRAS PARA COMERCIALIZAÇÃO
BRASÍLIA
— Depois de seguidos adiamentos e de uma série de discussões acaloradas, os
deputados da Comissão dos Agrotóxicos votaram nesta segunda-feira o parecer do
relator Luiz Nishimori (PR-PR) que flexibiliza as regras para a comercialização
do produto no Brasil. Em quase dois meses de debates, o assunto mobilizou a
atenção diferentes setores da sociedade, opondo representantes do agronegócio e
um amplo movimento formado por artistas, ambientalistas e dirigentes de
entidades ligadas ao meio ambiente e à área da saúde.
Apesar de todo o
interesse em torno do assunto, alguns deputados encontraram questões mais
urgentes para prestar atenção. Durante os debates acalorados, o deputado César
Halum (PRB-TO), por exemplo, se divertia olhando a foto de uma mulher seminua
em seu celular. Flagrado pelo GLOBO, Halum colocou a culpa no seu aparelho que
seria “invadido por besteiras” a todo momento.
— É o
seguinte: você abre o celular, aí os caras vão e colocam isso aí. Eu abro toda
hora para ver mensagem e aí de vez em quando vem isso aí. Também não vou olhar
uma foto de macho com pau duro olhando para mim. Não tem nada a ver isso aí,
não — justificou Halum.
Victório
Galli (PSL-MT) acompanha jogo da Copa do Mundo durante sessão da comissão de
agrotóxicos – Daniel Marenco / Agência O Globo
Enquanto o colega olhava fotos de mulheres, o
deputado Victório Galli (PSL-MT) se divertia acompanhando o jogo entre Portugal
e Irã pela Copa do Mundo, que terminou com o placar empatado e com a
classificação da equipe de Cristiano Ronaldo para a segunda fase.
O GLOBO procurou o deputado, mas ele não retornou
as ligações.
PROJETO FOI APROVADO POR 18 VOTOS CONTRA 9
Ambos os deputados flagrados votaram a favor do
projeto que regula os agrotóxicos. O projeto foi aprovado por 18 votos
favoráveis e nove contrários. Grupos ambientalistas dizem que ele afrouxará a
regulação dos agrotóxicos e poderá trazer riscos para a saúde humana. Eles
apelidaram o projeto de “PL do Veneno”. Já os ruralistas, que são a favor da
proposta e formaram maioria, dizem que a mudança trata da diminuição da
burocracia no processo de certificação dos produtos e que não há risco para os
consumidores.
Na prática, a proposta garante autonomia ao
Ministério da Agricultura para registrar novos agrotóxicos, tirando da Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e do Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) o poder de veto que
atualmente esses órgãos têm.
O Globo
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