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quarta-feira, 9 de maio de 2018

POLICIAL É SUSPEITO DE MATAR FILHO POR FALAR PALAVRÕES SOBRE A COMIDA


Para Polícia Civil, sargento aposentado disse que atirou para se defender. Mãe de vítima afirma que confusão já havia terminado quando marido atirou
O sargento aposentado da Polícia Militar de São Paulo João Collado Hilario foi autuado suspeito de ter matado o filho Fábio Nakaya Hilario, 31 anos, com quatro tiros após uma suposta briga na noite desta segunda-feira (7), no bairro de São Miguel Paulista (zona leste de São Paulo).
Em depoimento à Polícia Civil, a mãe da vítima (esposa do PM) disse que a briga teria começado porque Fábio “estava falando palavrões, porém não se referia a ninguém, pois ele estava sozinho na cozinha, provavelmente estava xingando a comida”.
A mulher, de 76 anos, disse ainda que o sargento “não gosta que se pronuncie palavras de baixo calão em nossa residência”. Ainda de acordo com a mãe, o PM foi até a cozinha brigar com o filho e os dois teriam entrado em luta corporal. Ela ainda conta que, na confusão, o marido se machucou na cabeça e no braço e o filho teria dito que não queria que o pai tivesse se ferido.
Depois de tentar acalmá-los, a aposentada conta que o PM foi para o quarto e voltou armado. “Meu marido, que já estava no quarto, veio com a sua arma e começou a efetuar disparos em direção ao meu filho, o qual tentou se esconder, agachando-se na mesa. Meu marido o atingiu por várias vezes”, disse a mulher à polícia.
Segundo o registro feito por no 63º DP (Vila Jacuí), Fábio foi ferido por dois disparos no braço direito e um no rosto, além de um tiro de raspão no peito. Quando os policiais chegaram na casa da família teria encontrado o homem já morto.
Para a Polícia Civil, o sargento disse que entrou em luta corporal com a vítima e, para se defender, efetuou os disparos. O PM ainda disse aos policiais civis que o filho estava drogado e tentou o agredir e tomar a pistola calibre 380 que portava. Por isso, se sentiu na necessidade de revidar.
O PM entregou aos policiais a pistola calibre 380 e um revólver calibre 32, autorizados o porte para Polícia Militar. A Polícia Civil ainda teria encontrado na casa do sargento aposentado uma arma calibre 635 e um revólver calibre 22 que não estão registrados e que o PM negou ser dono.
De acordo com registro do delegado Adauton Luciano Delucas Sales, com base no depoimento da mãe da vítima, “ficou demonstrado em nosso entendimento a ausência de legitima defesa, pois, cessada a agressão, o autor já se encontrava em seu quarto e retornou à cozinha realizando os disparos”.
Por causa dos ferimentos, o policial militar está internado no Hospital Municial Tide Setubal, na Vila Doutor Eiras (zona leste), e deve ser preso assim que receber alta.
R7


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