Didi comandava quadrilha de tráfico de drogas com atuação em
cidades do interior da Bahia (Foto: Polícia Civil/ Divulgação)
O
homem que ocupava o valete de paus do Baralho do Crime da Secretaria da
Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) tinha uma vida de luxo em Maceió (AL), onde
foi preso em operação conjunta das Polícias Civil da Bahia e de Alagoas, no
sábado (3 de março).
O Baralho
do Crime é um catálogo da SSP-BA que reúne fotos dos bandidos mais procurados
do estado.
João
Cleison Mota Carvalho, conhecido como Didi, foi apresentado à imprensa na
segunda-feira (5). O criminoso somava oito mandados de prisão e era o chefe de
uma quadrilha de tráfico de drogas com atuação em várias cidades do interior da
Bahia. Entre os crimes aos quais ele responde estão, além do tráfico, roubos e
homicídios.
Fugitivo
da Unidade Especial Disciplinar (UED), que integra o Complexo Penitenciário da
Mata Escura, em Salvador, desde abril de 2017, onde estava preso desde 2013,
Didi se passava por empresário em Alagoas, onde vivia há menos de um ano,
informou a polícia.
Segundo a
polícia, Didi levava vida de luxo em Alagoas, onde morava com a família (Foto:
Polícia Civil/ Divulgação)
Em Maceió, o criminoso morava em um condomínio de
luxo, com familiares. Durante o período em que ficou foragido da justiça, ele
se passava por empresário, com a venda de carros, imóveis e carros de luxo,
para lavar o dinheiro obtido pelo tráfico de drogas, atividade que continuava
comandando de Alagoas.
RAMIFICAÇÕES EM PAULO AFONSO E CIDADES DA REGIÃO
Segundo a polícia, o “QG” de Didi ficava na cidade
de Ribeira do Pombal, a cerca de 270 km de Salvador, mas a quadrilha tinha
ramificações em outras regiões do estado, como os municípios de Euclides da
Cunha, Tucano, Paulo Afonso e Feira de Santana.
Conforme a Polícia Civil, Didi foi preso com uma
pistola e documentos falsos. Ele foi trazido para Salvador com o apoio de um
helicóptero do Grupamento Aéreo da Polícia Militar (Graer) e encaminhado
novamente para a Unidade Especial Disciplinar (UED), na Mata Escura.
Didi foi apresentado pela Polícia
Civil nesta segunda-feira e encaminhado para Complexo Penitenciário, em seguida
(Foto: Polícia Civil/ Divulgação)
FUGA NA UED
A fuga de presos da UED ocorreu no dia 3 de abril. Dos 25 que escaparam, somente um foi recapturado logo após a ação. A unidade, apesar de ser de segurança máxima, tem apenas alambrado cercando a área onde ocorre o banho de sol – e de onde os detentos fugiram.
A fuga de presos da UED ocorreu no dia 3 de abril. Dos 25 que escaparam, somente um foi recapturado logo após a ação. A unidade, apesar de ser de segurança máxima, tem apenas alambrado cercando a área onde ocorre o banho de sol – e de onde os detentos fugiram.
Dois dias após a fuga, quatro funcionários do local
foram demitidos. As exonerações foram publicadas na edição desta quarta-feira
(5) do Diário Oficial do Estado (DOE). Foram exonerados funcionários que
exerciam funções de diretores e assessores.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap)
informou que as mudanças obedeceram a critérios estratégicos do Governo e nada
tiveram relação com a fuga dos detentos.
IMAGENS DA FUGA
Agentes penitenciários divulgaram imagens do local. Nas imagens, é possível ver o buraco feito na tela pode onde os presos fugiram. Após violarem o alambrado, o detentos entraram por um matagal que fica no entorno da carceragem e pegaram um caminho que leva até uma rua de acesso à Avenida Gal Costa.
Agentes penitenciários divulgaram imagens do local. Nas imagens, é possível ver o buraco feito na tela pode onde os presos fugiram. Após violarem o alambrado, o detentos entraram por um matagal que fica no entorno da carceragem e pegaram um caminho que leva até uma rua de acesso à Avenida Gal Costa.
O caminho utilizado pelos detentos para fugir,
segundo os agentes, é o mesmo usado por criminosos para chegar perto da unidade
prisional e arremessar drogas e armas para dentro do complexo.
Segundo a polícia, Didi levava
vida de luxo em Alagoas, onde morava com a família (Foto: Polícia Civil/
Divulgação)
À época da fuga, o diretor da UED, José Nilton
Cruz, disse que a ocupação da unidade correspondia à metade da capacidade – o
local comporta 432 presos e abriga, hoje, 197 detentos. No entanto, agentes
penitenciários reclamaram das condições de trabalho e da falta de segurança, o
que, segundo eles, contribuem para as constantes fugas na unidade.
Em novembro de 2016, dois detentos escaparam. Em
2015, foram contabilizadas 22 fugas, e somente três fugitivos foram
recapturados, entre eles Solon Vieira de Carvalho. Solon, no entanto, conseguiu
fugir novamente em meio aos 25 que escaparam na segunda.
Em nota, a Secretaria de Administração
Penitenciária e Ressocialização (Seap) informou que a UED conta com 61 agentes
e que o sistema de vigilância foi feito para evitar o contato entre agentes e
presos. O órgão divulgou ainda que em maio a unidade passará por reforma e que
os presos serão transferidos. A Seap não informou para onde os detentos serão
levados durante a reforma na UED.
OZILDO ALVES
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