Comissão
do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) elaborou um relatório em que
defende prisão domiciliar para o deputado
A Comissão de Estudos de Direitos Humanos do
Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp) elaborou um relatório conclusivo no
qual constatou a violação de direitos humanos do deputado Paulo Maluf (PP), por
conta do seu encarceramento em regime fechado, no Complexo Penitenciário da
Papuda, em Brasília.
Para a entidade, o
parlamentar, tem o direito à “facilidade da prisão domiciliar por ser maior de
80 anos de idade”. O documento ainda ressalta que a esposa do ex-prefeito de
São Paulo pode se reunir com o marido, “que deve ser custodiado domiciliarmente
no lar conjugal”.
O IASP recomendou “às autoridades que
observem os direitos humanos dos presos”, levando em consideração a idade de
Maluf, “salvo prova em sentido contrário de periculosidade por emprego de
violência ou grave ameaça à outra pessoa humana”.
A comissão afirma ainda que, em
diligência na casa do deputado, ouviu o filho Flávio Maluf e a esposa, Sylvia,
que se disseram “muito indignados com a prisão de seu marido e pai, e seu
respectivo recolhimento em regime fechado no Complexo Penitenciário da Papuda,
no Distrito Federal, por considerarem com veemência que houve violação aos
direitos humanos da referida pessoa humana; e, assim, solicitando de nossa
parte o respectivo exame de violação dos direitos humanos”.
O colegiado ressalta que, segundo a
Organização das Nações Unidas (ONU), “a pessoa humana idosa deve ser assistida,
estabelecendo-se em favor dela a proclamação de que os idosos devem se
beneficiar dos cuidados e da proteção da família e da comunidade em
conformidade com o sistema de valores culturais de cada sociedade; e que os
idosos devem ter acesso a cuidados de saúde que os ajudem a manter ou a
readquirir um nível ótimo de bem-estar físico, mental e emocional e que
previnam ou atrasem o surgimento de doenças”.
“Nesta medida, à luz dos princípios
para as pessoas idosas, proclamados pela ONU, no que tange à compulsoriedade da
substituição da pena privativa de liberdade em regime fechado pela prisão
domiciliar para o preso maior de 80 anos, é de se prevalecer o entendimento da
decisão divulgada no site dos Juízes para a Democracia, de que ‘no caso em
espécie, a necessidade é presumida em razão da avançada idade do reeducando'”.
CADEIA
Nessa sexta-feira, o juiz substituto da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Bruno Macacari negou, em decisão liminar (provisória), negou o pedido da defesa do deputado Paulo Maluf para que o parlamentar cumprisse prisão domiciliar. O ex-prefeito foi transferido nesta sexta-feira (22) para Brasília.
Nessa sexta-feira, o juiz substituto da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, Bruno Macacari negou, em decisão liminar (provisória), negou o pedido da defesa do deputado Paulo Maluf para que o parlamentar cumprisse prisão domiciliar. O ex-prefeito foi transferido nesta sexta-feira (22) para Brasília.
O político foi preso na última
quarta-feira (20), em São Paulo, após determinação do ministro Edson Fachin, do
Supremo Tribunal Federal (STF). Ao julgar recurso, dois dias depois, a
presidente da Corte, Cármen Lúcia, rejeitou o pedido da defesa, que queria
suspender o início da execução da pena de prisão em regime fechado.
Maluf divide a cela na Papuda com o homem
apontado como o chefe da Máfia dos Concursos no Distrito Federal, Hélio Ortiz. Ainda estão acomodados no mesmo
espaço o holandês Frank Andy Edgar Uden, preso preventivamente por tráfico de
drogas, e o farmacêutico Maikow Luiz de Araújo. Este último também está
atrás das grades por associação com o tráfico, pois seu nome foi encontrado na
agenda de um fornecedor.
Mas a história de Maikow ganhou o
noticiário porque, além do envolvimento com entorpecentes, ele, sendo formado
em farmácia, se passava por endocrinologista e atendia dezenas de pacientes no
Terraço Shopping, onde tinha consultório. Para prendê-lo, em agosto deste ano,
policiais civis da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) chegaram a marcar
uma consulta com Maikow, momento em que foi detido na frente dos clientes.
(Com
informações da Agência Estado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário