POLÍCIA FEDERAL
CHEGOU A ENDEREÇO EM SALVADOR QUE SERIA UTILIZADO PELO EX-MINISTRO GEDDEL
VIEIRA LIMA.
Dinheiro foi encontrado em apartamento em Salvador (Foto: Polícia
Federal)
A Polícia Federal encontrou, nesta terça-feira (5), dinheiro em apartamento que
seria utilizado por Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) em Salvador. O ex-ministro
cumpre prisão
domiciliar na Bahia.
A polícia
localizou o montante na residência que fica em um edifício na Rua Barão de
Loreto, no bairro da Graça, área nobre da capital baiana, durante busca e
apreensão.
Conforme a PF,
a Operação Tesouro Perdido deflagrada nesta terça tinha objetivo de cumprir
mandado de busca e apreensão emitido pela 10ª Vara Federal de Brasília. Após
investigações decorrentes de dados coletados nas últimas fases da Operação Cui
Bono, a PF chegou a um endereço em Salvador, que seria, supostamente, utilizado
por Geddel Vieira Lima como “bunker” para armazenagem de dinheiro em espécie.
Durante as
buscas, foi encontrada grande quantia de dinheiro em espécie. Segundo a
polícia, os valores apreendidos serão transportados a um banco onde será
contabilizado e depositado em conta judicial.
O G1 entrou em contato com a defesa de Geddel
Vieira Lima às 11h55. Por meio da assessoria, a informação é de que o advogado
que representa o ex-ministro não podia falar com a reportagem no momento por
estar participando de uma audiência em Brasília.
Trecho da
decisão que autorizou a PF a fazer busca e apreensão em endereço atribuído a
Geddel Vieira Lima (Foto: Reprodução)
Dinheiro
encontrado pela Polícia Federal (Foto: Polícia Federal)
Operação da Polícia Federal
encontrou dinheiro em Salvador (Foto: Polícia Federal/Divulgação)
RÉU
A Justiça
Federal em Brasília aceitou, no final de agosto, denúncia da
Procuradoria da República no Distrito Federal e transformou em réu o
ex-ministro Geddel Vieira Lima por obstrução de justiça.
Geddel foi denunciado
por tentativa de atrapalhar as investigaçõessobre desvios no
FI-FGTS, o fundo de investimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. A
denúncia foi aceita pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça
Federal em Brasília.
Em nota
divulgada após a decisão da Justiça, a defesa de Geddel afirmou que:
"Rechaça com veemência as fantasiosas acusações contidas na denúncia,
fruto de verdadeiro devaneio e excesso acusatório. Tão logo notificado pelo
juízo da 10ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal, será apresentada a
peça de defesa, oportunidade que demonstrará a inocorrência de qualquer ilícito
e a necessidade de rejeição da inepta e inverídica acusação."
A DENÚNCIA
Segundo a denúncia da procuradoria, após as tratativas
do operador Lucio Funaro para fechar o acordo de delação premiada, Geddel
começou a atuar para atrapalhar as negociações. O político fez contatos
telefônicos constantes com a esposa de Lúcio Funaro, Raquel Albejante Pita.
Procuradores
dizem que o objetivo de Geddel era sondar como estava o ânimo do doleiro e
garantir que ele não fornecesse informações aos investigadores.
"Com ligações alegadamente
amigáveis, intimidava indiretamente o custodiado, na tentativa de impedir ou,
ao menos, retardar a colaboração de Lúcio Funaro com os órgãos investigativos
Ministério Público Federal e Polícia Federal", reitera um dos trechos da ação.
Ainda segundo o
MP, as investidas de Geddel foram reveladas em depoimentos dados por Lúcio
Funaro e a esposa, e confirmadas, posteriormente, por meio de perícia realizada
pela Polícia Federal no aparelho telefônico de Raquel Pita. Entre os dias 13 de
maio e 1º de julho de 2017 foram 17 ligações.
Aos
investigadores, o casal também revelou ter ficado com receio de sofrer
intimidações e retaliações por parte de Geddel, uma vez que o político possuía
influência e poder, inclusive no primeiro escalão do governo.
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