O procurador da República
Oscar Costa Filho, do Ministério Público Federal (MPF) no Ceará, disse nesta
terça-feira (8) que o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
de 2016 foi vazado pelo próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Anísio Teixeira (Inep), ao ter usado o mesmo tema que apareceu em prova falsa
divulgada às vésperas do exame de 2015.
A avaliação do procurador embasa a ação
apresentada nesta segunda (7) pelo MPF à Justiça Federal questionando a redação
do Enem, aplicada no último domingo (6). O tema proposto aos estudantes para o
texto foi: “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. De
acordo com a ação, Costa Filho pede a suspensão da validade jurídica da prova
até o julgamento do mérito. “Se quiserem chamar isso de vazamento ou vício por
falta de ineditismo é a mesma coisa, mas a responsabilidade é do Inep e do MEC
[Ministério da Educação]. Repetindo o mesmo tema passado, houve comprometimento
da isonomia entre os candidatos. Muitos colégios passaram o ano todo treinando
esse tema e era natural que o fizessem, porque seria um tema possível. Na
medida em que isso acontece, há essa responsabilidade objetiva [por parte do
MEC e do Inep]. O vazamento foi oficial”, disse Costa Filho em entrevista
coletiva nesta terça-feira na sede do MPF-CE, em Fortaleza. Em nota divulgada
nesta segunda, o Inep classificou a semelhança entre a prova de redação do Enem
deste ano e a da prova falsa no ano passado como “tentativa de tumultuar” a
aplicação do exame. De acordo com o instituto, os dois temas são diferentes
porque, na prova falsa, o tema abordava a intolerância religiosa no século 21.
Além disso, são veiculadas todos os anos provas falsas com temas relevantes que
mantém uma relação com o que pode ser proposto em redações do Enem, segundo o
Inep.
BAHIA NOTÍCIAS
Nenhum comentário:
Postar um comentário