Na queima da cana é liberada a fuligem, pó causa
incômodo a população. A
procuradora da república, Polireda Medeiros, abriu um inquérito civil.
Em Petrolina,
no Sertão de Pernambuco e Juazeiro, na Bahia, os moradores sentem a chegada da
época do corte da cana-de-açúcar. Isso acontece porque no período da queimada
da cana é liberada a fuligem. O pó preto causa incômodo a população, o problema
é antigo e chegou a ter que ser resolvido no Ministério Público Federal.
A fuligem chega as casas da região e
provoca muita sujeira. Na casa do eletricista Joel Souza, o pó está espalhado
na parte externa e interna. "Todo dia de manhã a gente vem para limpar e
não consegue. Isso prejudica a saúde da gente e ao meio ambiente.O problema da
fuligem não se resume ao piso das casas, mas ao teto das residências também.
"Gostaria que um orgão público se manifestasse, procurar as providências
ou a gente tem que conviver sempre com esse mesmo problema", destaca.
Hugo Cavalcanti também já não aguenta mais
conviver com esse problema. Ele é vizinho do Joel e na área de sol da casa, o
vidro tem que ficar fechado o dia todo, se não, o pó preto entra na área
interna e passa para os tapetes e móveis da casa. "Praticamente o
ano inteiro tem essa situação de fuligem, que atormenta não só aqui em casa,
como a vizinhança. Não se pode varrer, tem que lavar e a conta de água
consequentemente sobe. Então é isso, a gente está praticamente no prejuízo
todos os dias".
Esse caso foi parar no Ministério Público
Federal. A procuradora da república, Polireda Medeiros, abriu um inquérito
civil. Por enquanto, procuradora disse que não há prazo pra o inquérito ser
concluído. "Esse procedimento visa a investigar esses danos que são relatados
que não são só de natureza ambiental e estamos em fase de perícia. Estamos
aferindo precisamente quais são os danos que são causados para a saúde, a
relação com doenças respiratórias também. Nós visitamos hospitais e unidades de
saúde para saber se houve um aumento coincidentemente de infecções com o corte
da cana e a queimada".
Em nota, a Agroindústria do Vale do São
Francisco (Agrovale) disse que vai finalizar no próximo mês a colheita da safra
2016, e que tem realizado constantes monitoramentos para a eficiência do
processo produtivo e se esforçado para não causar desconforto à sociedade. A
empresa informou ainda que tem cumprido rigorosamente os condicionantes
ambientais para atender a legislação, e realizado mudanças no sistema de
produção agrícola, substituindo gradualmente o corte de cana manual pela
utilização de máquinas colheitadeiras para cana crua. O objetivo dessa
substituição é fazer com que esse processo de corte da cana seja totalmente
mecanizado.
G1/PETROLINA
Nenhum comentário:
Postar um comentário