Já
faz bastante tempo que os estudiosos da política fizeram a distinção entre
ciência política e ideologia política.
Lamentavelmente, alguns políticos de
nossa pacata Macururé ainda não aprenderam a fazer esta distinção ou finge, o
que acarreta graves prejuízos e ineficiência na obtenção dos resultados sociais
no nosso município.
A título de
rememória, vamos lembrar que a ciência política é constituída por aquele
conjunto de providências que são tomadas a partir dos dados concretos que embasam
a realidade social de uma cidade. Pelo seu caráter de formulação a partir de
dados concretos, forçam a tomada de decisões que se tornam inquestionáveis.
A ideologia
política, por outro lado, pertencendo ao mundo do dever-ser, diz respeito
aquele ideário de concepções que emolduram as estratégias de ação, que por sua
vez perderão qualquer sentido de coerência e eficácia em longo prazo, se não
respeitarem a lógica e as condições inelutáveis da realidade. Como diz o ditado
popular, de boas intenções o inferno está cheio…
Depois de notáveis e
comentados acontecimentos negativos na nossa querida e sofrida Macururé gostaria de citar
alguns exemplos dramáticos de confusões ideológicas que têm perpassado a nossa
história política:
1) A pouca
importância que os nossos políticos têm dado à realidade dos fatos, torcendo-os
para justificar os seus propósitos, demonstrando com isso imaturidade e nenhuma
responsabilidade com o povo carente.
2) A falta de continuidade na ação política, pela mudança constante de
perspectivo planos e estratégias, desperdiçando esforços no meio do caminho,
a exemplos de obras até louváveis, mas que iniciadas e jamais terminadas.
3) Promessas de mudanças radicais baseadas nas ações das gestões anteriores,
causando descontinuidade nas ações públicas e sérios prejuízos à coletividade,
a quem sempre cabe pagar a conta. É o nosso povo pagando o pato e comendo o pão
que o diabo amassou.
4) O pouco compromisso dos políticos com os seus eleitores, que são solicitados
apenas na época das eleições. Depois, nenhum contato e não honram suas palavras
e promessas que agora fazem.
5) Irresponsabilidade no uso do dinheiro público, com baixo critério de
compromisso ético com o povo e com a sua consciência.
6) Falta de vontade para implementar planos com ações sociais de longo prazo,
que realmente venham contribuir para a solução de nossas graves mazelas em todo
o município.
7) Grupos políticos extremamente corporativos, voltada na maioria dos casos
para a defesa de seus próprios interesses, faltando-lhes sensibilidade para o
trato das grandes questões municipais.
A continuar o
discurso político como está, pouca esperança nos resta de que o nosso futuro
possa ser melhor do que tem sido até agora.
O que a nossa Macururé está
necessitando urgentemente é de uma reforma política que estimule a participação
voluntária das novas gerações, pela discussão mais participativa de nossos
problemas.
Este foi o nosso desabafo que também pode ser uma dica, ou até mesmo uma indireta política aos
fantoches de plantão. Será se Macururé existe? E se existe, existe pra quem?
Por Naldinho Beira Rio
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