Um dedo cortado revelou a identidade do terrorista
francês que detonou na noite sexta-feira (13) seu cinto de explosivos, depois
de ter atirado sobre o público durante um show no Bataclan. De acordo com
fontes policiais, seu nome era Omar Ismaïl Mostefaï. A série de ataques
praticados simultaneamente em vários lugares de Paris na noite de sexta-feira
(13) deixou ao menos 129 mortos e 352 feridos, sendo que 99 em estado grave.
O homem de 29 anos (nasceu no dia 21 de novembro de
1985) foi formalmente identificado por "análise de digitais" colhidas
em um dedo encontrado na casa de shows parisiense, informou neste sábado (14) o
procurador de Paris, François Molins.
Natural de Courcouronnes, município situado ao sul
de Paris, ele tinha cometido apenas pequenos delitos até então. Seu histórico
consta oito condenações de 2004 a 2010, sem nenhuma ordem de prisão. De acordo
com uma fonte próxima da investigação, Omar frequentava uma mesquita em Lucé,
perto de Chartres, outra cidade ao sul de Paris. Os investigadores ainda buscam
confirmar se o homem-bomba viajou à Síria em 2014. O jornal "Le
Monde" informa que Mostefai "possivelmente" foi à Síria durante
vários meses durante os invernos de 2013 e 2014.
Seu pai e seu irmão foram detidos na noite de
sábado. O irmão, de 34 anos, se apresentou por conta própria na delegacia de
Créteil (perto de Paris), e mostrou-se surpreso quando soube que o caçula
estava envolvido nos atentados, mais especificamente na tomada de reféns do
Bataclan, que terminou em banho de sangue, com ao menos 89 mortos. "É
coisa de louco, devo estar delirando", reagiu o irmão em entrevista à AFP,
com a voz trêmula, antes de ser colocado sob custódia. "Ontem, eu estava
em Paris, e vi toda a merda que aconteceu por lá", relatou.
Ele confirmou que seu irmão "teve problemas
com a justiça, detenções provisórias, coisas assim". Por mais que tenha
cortado relações com Omar há muitos anos, por conta de "problemas
familiares", o irmão mais velho não imaginava que o caçula pudesse se tornar
um islamista radical. "Ele viajou para o país de origem dos nossos pais, a
Argélia, com sua família, e sua filha pequena. Já fazia um tempo que eu não
tinha notícias", explicou.
Pai de família, que vive numa casa modesta no
subúrbio parisiense, o irmão do terrorista revela que tem outros dois irmãos,
com os quais também cortou relações, e duas irmãs.
A polícia francesa procura possíveis membros de
redes de apoio aos terroristas que morreram após cometerem o pior atentado da
história recente da França. A Bélgica fez ainda três prisões relacionadas
aos ataques, segundo informou a procuradoria federal do país. As detenções
foram feitas na fronteira. Um dos veículos utilizados nos atentados tinha
matrícula da Bélgica e foi alugado por um francês.
Outra pista que está sendo seguida no caso é a
de um homem de 51 anos preso na semana passada na região da Bavária, na
Alemanha. O país europeu investiga se ele tem ligações com os ataques de Paris,
afirma a AP. Ele foi detido com diversas armas e explosivos em seu carro perto
da fronteira com a Áustria no dia 5 de novembro. O GPS do carro dele continha
um endereço de Paris.
A polícia de Montenegro, país de origem do detido,
rejeitou a possibilidade de haver conexão com os ataques e afirmou, em nota,
que ele não tem antecedentes criminais e que as informações disponíveis até o
momento não mostram ligação do homem com grupos terroristas.
Fonte: O Globo
Por Redação Bocão News
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