Após três anos de disputa judicial, as cinco
crianças baianas da cidade de Monte Santo, cerca de 350 quilômetros da capital
baiana, que ganhou repercussão nacional por suspeita de serem vítimas de
tráfico de pessoas, deverão ser levadas para o interior de São Paulo e
entregues às famílias adotivas.
O caso chegou ao fim após declaração da mãe
biológica, Silvânia Maria Mota da Silva. "Quero devolver os cinco às
famílias do coração. Não tenho condições de criar e sei que eles serão mais
felizes em São Paulo". Ela afirma que a decisão de devolver os filhos foi
tomada após ela pensar no bem-estar deles. "Aqui (na Bahia, onde mora)
eles nunca terão as chances que terão em São Paulo", explicou a mãe. Ela
também está levando em conta a vontade das crianças. "Eles sempre pediram
para voltar. Eu nunca devia ter tirado eles dos pais adotivos. Mas fui
influenciada por muita gente (se referindo a familiares e advogado)."
Na semana passada, Silvânia foi pessoalmente até
Indaiatuba (a 101 quilômetros de São Paulo) para entregar um de seus filhos,
hoje com 5 anos, aos pais do coração. Na cidade paulista, ela assinou um
documento que autoriza a permanência do menor em Indaiatuba e constituiu
advogado para representá-la.
"Devolver o menino foi a melhor coisa que eu
fiz. Agora, pelo menos com esse não preciso mais me preocupar. Está seguro. Já
devolvi dois. Agora, faltam só três", disse Silvânia.
A primeira a ser devolvida foi a menina, hoje com 4
anos. Ela foi entregue pelas mãos de Silvânia à mãe adotiva em junho, em um
encontro entre as famílias, em Salvador, na Bahia. Outras três crianças
permanecem na Bahia.
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