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segunda-feira, 8 de junho de 2015

PROMETIDO PARA 2012, TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO FICA PARA 2017


Prevista inicialmente para 2012, a transposição do Rio São Francisco deve atrasar mais dois anos e ser concluída apenas em 2017. O custo da obra, que atualmente está em R$ 8,2 bilhões, deve passar por reajuste, conforme afirmou no fim de maio o ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, em apresentação feita a senadores do Nordeste.

No início deste ano, empresas contratadas para construir dois lotes da transposição tiveram dificuldades para cumprir o cronograma. Embora negue atrasos, a Mendes Júnior foi alvo de um processo administrativo aberto pelo ministério para “apurar possíveis faltas cometidas pela empresa”. Sindicatos afirmam que houve mais de duas mil demissões.

Até o fim de abril, 74,5% das obras de transposição estavam prontas, segundo medição do próprio ministério. De acordo com Occhi, a expectativa é que, a partir de setembro, estejam funcionando dois canais de 40 quilômetros em Pernambuco.
Por causa da lentidão em alguns trechos da obra, canais que já ficaram prontos ainda não recebem água. A falta de uso tem provocado o aparecimento de rachaduras nas estruturas, segundo integrantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.
Cerca de 2,2 mil funcionários que trabalhavam nas obras de transposição do Rio São Francisco foram demitidos nos primeiros meses do ano, segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Ceará (Sintepav-CE). O Ministério da Integração Nacional afirma, porém, que há 9,2 mil pessoas trabalhando atualmente no empreendimento.

No fim de maio, trabalhadores do lote 5, de responsabilidade da Serveng, ficaram uma semana em greve nos municípios de Brejo Santos e Jati, no Ceará, para pedir aumento salarial. Diretor do Sintepav-CE na região do Cariri, Evandro Pinheiro diz que nos lotes 4, 5, 6 e 7 deveriam ser contratados mais 1,5 mil operários para manter os trabalhos no ritmo adequado. A Serveng não foi localizada na sexta-feira para comentar o assunto. A Mendes Júnior informou que o andamento das obras “encontra-se dentro do previsto”.
Occhi afirmou que está autorizada a retirada de 26,4 mil litros de água por segundo do São Francisco. A quantidade representa, segundo ele, 2,5% de todo o volume.

Questionado se os cortes no orçamento que o governo federal anunciou em abril poderiam ter algum impacto na obra, o ministério afirmou que “o projeto de integração do Rio São Francisco é uma das prioridades do governo federal” e que “os pagamentos são feitos de acordo com a execução da obra. Não há atrasos de pagamentos.” (O Globo).
As obras do governo Dilma parecem não ficar prontas nunca, em especial as do Nordeste. As duas refinarias, no Maranhão e no Ceará, foram canceladas. As Ferrovias Transnordestina e Oeste Leste não saem definitivamente do papel. Agora, mais grave, as obras da transposição do rio São Francisco foram adiadas mais uma vez. Vamos solicitar ao Ministério da Integração Nacional que faça uma auditoria que apure os prejuízos causados pelos atrasos. Os responsáveis terão que se explicar.

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